Rina Guerra, CFA, gestora do Banco Carregosa, destaca a época de resultados do 4.º trimestre que permitirá fazer um balanço do ano atípico que foi 2020.
(O contributo desta semana é da autoria de Rina Guerra, CFA, gestora de carteiras de ações do Banco Carregosa)
O kick-off da época de resultados do quarto trimestre foi dado na sexta-feira pelos grandes bancos americanos. Esta época tem grande relevância porque permite fazer um balanço do ano atípico que foi 2020 e durará, pelo menos, até meados de fevereiro.
Apesar dos efeitos duradouros e nefastos que a pandemia deixou na economia em 2020, o cenário atual é de otimismo e o sentimento é de uma melhoria sequencial, trimestre após trimestre. Este facto, é bem visível nos mercados acionistas, que por regra, antecipam estes movimentos, e onde vários índices estão em máximos históricos.
Na economia real, os casos de contaminação por Covid-19 não param de subir e os lockdowns, totais ou parciais, parecem ganhar cada vez mais força um pouco por todo mundo. As vacinas administradas em cada país são ainda insuficientes e a tão desejada imunidade de grupo está longe de ser alcançada. Apesar de haver luz ao fundo do túnel, a pandemia não pode ser dada como terminada.
O otimismo dos investidores advém sobretudo dos planos de estímulos suportados pelos vários governos, nomeadamente nos EUA, com a chegada de Joe Biden. Estes planos têm alimentado expetativas de crescimento económico, que se traduzirão no aumento de lucros por parte das empresas nos próximos anos.
A época de resultados que agora inicia, apesar de ser relativa ao ano de 2020, será importante para aferir da visibilidade que as empresas têm sobre o ano em curso. Se em março do ano passado, as empresas desconheciam o impacto e as consequências deste surto que era novo, a verdade é que hoje a visibilidade é outra, havendo maior conhecimento não só do vírus, mas também das formas para melhor protegerem os seus trabalhadores e os seus negócios.
O mercado espera, com grande expetativa, os guidances de vendas e lucros para 2021, que as empresas possam eventualmente dar e isso será o barómetro para os mercados acionistas, já que permitirá aos investidores, aferir de forma mais fidedigna, o valor intrínseco dos seus investimentos.