Esta semana vou estar de olho.... na reunião da Fed e BCE

Helena Seruca - banco carregosa
Helena Seruca. Créditos: Cedida (Banco Carregosa)

O Esta semana vou estar de olho… é da autoria de Helena Seruca, diretora coordenadora de Banca Privada, do Banco Carregosa.

O crescimento económico nos EUA tem-se mostrado resiliente (consumo, emprego, rendimentos) com alguns pontos mais fracos (imobiliário e setor tecnológico). Os níveis de inflação registados têm vindo a descer nos últimos meses e a principal dúvida é na velocidade do ajustamento. Dependente desta questão está o nível de subida de taxas por parte da Fed, que desde o início do ano de 2022 subiram 425 bp. O mercado monetário antecipa como cenário central, que o aumento será de 25bp na reunião de 1 de fevereiro (para 4,50%-4,75%), e mais uma subida na reunião de março, ficando estável nos meses seguintes e depois antecipa dois cortes nas taxas de referência da Fed até ao final de 2023 (voltando aos 4,25%-4,50%), afastando-se do discurso da Reserva Federal, que tem como estimativa encerrar o ano de 2023 no intervalo de 5,00%-5,25%.

As taxas de depósito no BCE estão nos 2%, tendo subido 250 bp desde julho 2022 de -0,50% para 2,0%. A expetativa do mercado aponta numa subida de 0,50% na reunião de fevereiro e março e de 25 bp em maio, elevando a taxa para 3,25%.

Acreditando que o pico da inflação já foi atingido e que a mesma irá inverter, mesmo que de forma lenta, a subida de taxas por parte dos Bancos Centrais deverá ocorrer no primeiro semestre de 2023.  

O balanceamento entre o controlo da inflação e o crescimento económico é o grande desafio para o ano em curso, onde a Fed e BCE terão um papel determinante.