Na quarta-feira serão divulgados os dados da inflação referentes ao último mês. Segundo Carlos Pinto, gestor sénior de Investimentos da Optimize IP, se a inflação não ceder, a Fed poderá ser mais prudente descendo apenas um nível a taxa de juro até ao final do ano.
O Esta semana vou estar de olho... é da autoria de Carlos Pinto, gestor sénior de Investimentos da Optimize Investment Partners.
Na quarta-feira vão ser divulgados os dados da inflação referente ao último mês. As estimativas dos analistas apontam para que se mantenha nos 2.9% e a inflação core, a que exclui os custos de alimentação e energia, deve terminar acima dos 3%.
Este patamar situa-se muito acima dos objetivos, sendo que a resiliência da evolução dos preços e a ameaça de tarifas aduaneiras deverão colocar em causa as pretensões da Fed de a nivelar os preços nos 2%. Do lado dos bens, a inflação deverá ser muito pressionada pela subida dos preços dos automóveis, especialmente nos usados devido à forte procura perante a forte devastação pelos incêndios na Califórnia. Do lado dos serviços, o peso pesado dos custos com a habitação deverá continuar resiliente. Os serviços deverão também continuar pressionados, com o impacto da subida das tarifas aéreas, em resultado da forte procura, e com o aumento dos preços de combustíveis, uma vez que o preço do petróleo subiu mais de 10% no último mês.
O consenso do mercado aponta para que a Fed corte em dois níveis a taxa de juro até ao final do ano. Contudo, se a inflação não ceder, o organismo poderá ser mais prudente descendo apenas um nível.