TRIBUNA de Elena Villalba, diretora-geral da Mirabaud Asset Management na Península Ibérica e América Latina. Comentário patrocinado pela Mirabaud Asset Management.
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(TRIBUNA de Elena Villalba, diretora-geral da Mirabaud Asset Management na Península Ibérica e América Latina. Comentário patrocinado pela Mirabaud Asset Management.)
Os mercados enfrentam uma crise sem precedentes, um fim de ciclo marcado por uma grande incerteza e o resultante aumento da volatilidade. Neste contexto, a estrutura híbrida das obrigações convertíveis, que conjugam obrigações com ações, desperta a curiosidade dos investidores que procuram o máximo de lucro aproveitando o equilíbrio entre o risco e a rentabilidade.
O mais importante nas obrigações convertíveis é saber conjugar dois fatores essenciais: a convexidade e o investimento responsável com base em critérios ambientais, sociais e de governação corporativa (ESG). Em momentos mais conturbados, a convexidade oferece aos investidores uma segurança muito apetecível perante possíveis quedas de mercado, ao mesmo tempo que lhes dá a possibilidade de manterem a sua exposição com uma maior proteção contra mercados em baixa. Na nossa equipa de especialistas em obrigações convertíveis globais, liderada por Renaud Martin, continuamos convictos de que a integração na nossa carteira de perfis convexos de obrigações convertíveis emitidas por empresas com uma política de responsabilidade social corporativa (RSC) sólida e eficaz vai aumentar o potencial de obtenção de rendimentos elevados.
A experiência mostra-nos que o potencial de crescimento a longo prazo de um emitente só é sustentável se apoiado em práticas responsáveis. As empresas vulneráveis no que diz respeito aos fatores ESG são, muitas vezes, as que enfrentam uma probabilidade de incumprimento elevada. Esta aproximação permite-nos criar uma carteira sólida, uma vez que compreendemos os riscos dos emitentes das obrigações convertíveis nas quais investimos e excluímos as empresas que atuam em setores, ou que fabricam produtos, considerados controversos.
O nosso foco permite-nos ter uma visão completa dos riscos financeiros e não financeiros de uma empresa. A partir de uma análise exaustiva, conseguimos ter a capacidade para selecionar empresas líderes e responsáveis em todos os setores e áreas geográficas e privilegiamos o investimento em aplicações que têm um impacto positivo no ambiente e que se esforçam por evitar atividades não sustentáveis e más práticas de governação corporativa. Da mesma forma, apostamos nas empresas que estão focadas no bem-estar dos seus funcionários e que estão a melhorar as suas condições de trabalho.
Pensamento sustentável
As empresas que estão na linha da frente das práticas ESG contribuem para um mundo mais sustentável. O seu compromisso, abrangido pelo nosso controlo, é um elemento-chave. Neste sentido, na Mirabaud vamos além de uma simples análise e estabelecemos um diálogo com estas empresas, para entendermos e, por vezes, ajudarmos a melhorar as suas práticas empresariais, sociais e de responsabilidade. É nesta partilha que debatemos temas fundamentais, como as condições de trabalho na cadeia de fornecimento, a remuneração dos quadros executivos, entre outros. Se não for possível criar um diálogo construtivo e a empresa se mostrar relutante em melhorar as suas práticas nestas áreas, podemos optar por desinvestir.
É esta a visão de investimento sustentável que pomos em prática e que, comparativamente a abordagens mais tradicionais, gera oportunidades para compreendermos melhor os riscos a longo prazo das empresas. Acreditamos vivamente na relação próxima entre o investimento ambiental de uma empresa e o seu rendimento económico graças à maior otimização do processo de produção resultante de um menor consumo de energia e de matérias-primas.
Também a política social de uma empresa relativamente aos seus funcionários tem o potencial de ajudar a melhorar o seu rendimento económico, sobretudo em termos de rentabilidade e produtividade. Por último, o conceito de boa governação corporativa desempenha um papel essencial nos resultados financeiros de um negócio. A confiança que gera junto dos acionistas facilita a obtenção de capital no mercado, o que se traduz numa maior flexibilidade de gestão de planos de expansão ou crescimento.
Neste clima incerto em que nos encontramos, as obrigações convertíveis focadas na sustentabilidade são uma classe de ativos muito atrativa. Trata-se de um mercado forte e com muitos emitentes novos, o que permite uma fonte de liquidez sólida e oportunidade. Além disso, as obrigações convertíveis comercializam-se atualmente com um desconto a longo prazo. E isto aplica-se a todas as regiões, incluindo Estados Unidos, Europa, Ásia e Japão.
É um cenário que o nosso fundo Mirabaud Sustainable Convertibles Global está a capitalizar e que mereceu, ainda, a etiqueta do ministério das finanças francês “ESG Label”. O fundo acumula uma rentabilidade a 3 anos de 27%* e uma volatilidade de 8,5%. Desde o início do ano até ao momento**, o fundo acumula um retorno de 17%*. Investimos numa carteira que reflete as nossas fortes convicções de instrumentos convertíveis globais com base numa gestão ativa (delta, geograficamente e setorialmente) e de diversificação. Atualmente, a nossa carteira é composta por 49 posições, com uma active share de 90%. Integramos perfis equilibrados com um delta entre 30% e 60%. O fundo conseguiu uma integração pragmática dos critérios ESG que reforça a convexidade, aumentando a correlação entre as pontuações ESG e as métricas de crédito.
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* Rentabilidades passadas não são garantia de resultados futuros. ** Rentabilidade com base nos valores de fecho de mercado do dia 16 de outubro de 2020. Para mais informações acerca das rentabilidades históricas e dos riscos associados a este subfundo, consulte a respetiva secção no website www.mirabaud.com/es