O mercado de fundos mobiliários e a aposta nos FEI

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CaTa, Flickr Cretive Commons

No total do mercado Português de FIM ( 11.129,2 milhões de Euros), 50,16% são Fundos Especiais de Investimento, ou seja, cerca de 5.582,7 milhões. Este “stock “ é representado essencialmente por dois tipos de FEI, os Fundos com Protecção de Capital e os Fundos Monetários de Curto Prazo. Enquanto que em 2011 os responsáveis pelo grande crescimento dos FEI foram os fundos de capital protegido, em 2012 têm sido os fundos monetários os que mais contribuíram para o crescimento desta classe de FIM.

Se em 2011 as gestoras colocaram no mercado fundos de capital garantido, tal resultou da redução brutal da propensão ao risco dos aforradores portugueses e da necessidade de a oferta de fundos se aproximar, em termos de risco percebido, dos produtos bancários tradicionais que estavam a ser agressivamente oferecidos no sistema bancário nacional.

Ao longo de 2012, o crescimento dos fundos monetários em forma de FEI é a adaptação da oferta de fundos à evolução natural dos factores referidos anteriormente, com uma menor agressividade na oferta dos depósitos bancários. Mas também a adaptação das carteiras a duas necessidades derivadas da crise da dívida soberana europeia. Para manter a competitividade no mercado nacional foi necessário investir em títulos de emitentes portugueses, que com o “downgrade” de Portugal, deixaram de cumprir certos níveis de “rating” exigidos pelo fundos harmonizados, e dispersar menos os investimentos de curto prazo e concentrá-los em emitentes nacionais. Para tal os FEI são claramente os fundos apropriados.

No entanto, não posso deixar de dizer que em termos de rendibilidade é provável que o ano de 2012 venha a ser um ano de excelentes rendibilidades na maioria de Fundos de Investimentos Harmonizados com excepção de fundos de acções europeias e nacionais. Muitos deles, nomeadamente em Fundos como o ES Rendimento Plus (crédito)  ou ES  Obrigações Global e ES obrigações Europa ( divida soberana e corporate) ou outros Fundos de obrigações poderão ter rendibilidades no final do ano próximas de dois dígitos.

Esta tendência deverá manter-se até que se que a o sistema bancário nacional atinja as exigência de rácio de transformação exigido pelos supervisores e, portanto, reduza a agressividade nas aplicações bancárias tradicionais, ou que se normalize o financiamento interbancário europeu.