2012 é um ano particularmente difícil par o setor segurador.
Os resultados finais mais positivos resultem, em grande parte , da melhoria dos valores dos ativos (ações e obrigações) e não da melhoria significativa da exploração dos variados produtos de seguros de Vida e Não Vida.
O volume de negócio Vida (risco e poupança) continua a ter retração (próximo dos 10%), ainda que inferior ao do ano passado (-38%). O volume de ativos totais em gestão evoluirá de 43,2 mil milhões em 2011e para, cerca de 40 mil milhões no final de 2012.
Também na área Não Vida a evolução do volume de negócios espera-se negativa (± 3,5%) em especial nos seguros obrigatórios de Acidentes de Trabalho e Automóveis. Evoluirá positivamente o Ramo Saúde e de Incêndio e outros Danos.
Positiva tem sido a evolução do nível de solvência do setor que evoluiu significativamente de um ratio de 180% para próximo de 250% o que demonstra de acordo com a legislação em vigor que as seguradoras detêm em capitais próprios 2,5 vezes o exigido legalmente.
Também a imagem /reputação do setor segurador está a melhorar significativamente. De acordo com o European Customer Satisfaction Index (ECSI) levado a cabo pela Universidade Nova o setor segurador é o melhor setor financeiro, claramente à frente do setor bancário, e posiciona-se em 3º lugar em comparação com as 11 atividades analisadas (banca, seguros, telecomunicações, transporte, energia elétrica, gás ,águas,…).
De sublinhar ainda, muito positivamente, o fato de o setor segurador manter o total apoio do mercado internacional de resseguro e uma total independência do Estado.
2013 não será mais fácil que 2012. Antes pelo contrário.
Todo o enquadramento económico do país evoluirá negativamente: PIB, rendimento disponível dos particulares, poupança e investimento nacional.
Oportunidades continuarão a surgir na área da segurança patrimonial, saúde e gestão da poupança.
O setor segurador é de longe o maior gestor de poupanças de longo prazo. Apesar da desastrosa politica fiscal do Governo no domínio do apoio à poupança, que é vital para o financiamento da economia , é possível, num cenário de inovação em matéria de produtos geridos pelas seguradoras que o nível de gestão de poupanças pelo setor seja incrementado. A este desafio junta-se o da melhoria dos resultados atualmente em várias linhas de negócio como: Acidentes de Trabalho, Saúde e Automóvel.
Apesar de tudo é expectável que os níveis de imagem/reputação continuem a melhorar atentos os esforços e os resultados ao nível da eficiência operativa.
São previsíveis ainda mudanças no domínio da estrutura do mercado, sobretudo se se concretizar a operação de venda pela Caixa Geral de Depósitos do seu negócio segurador, que se pode adicionar a outros também prováveis.