Francisco Carneiro partilha com a Funds People Portugal aquelas que considera serem as vantagens tanto para o investidor como para o banco emitente dos produtos estruturados.
Quais as vantagens para os Bancos emitentes?
Quer a facilidade de criação, quer a versatilidade das estruturas dos Produtos Estruturados faz com que, em pouco dias, seja possível investir num determinado tema ou racional em função da procura existente dos investidores, ou investir em vários temas em simultâneo sem a necessidade de ter uma equipa de gestão alocada a cada tema.
Por exemplo, o Banco pode perfeitamente fazer um Produto Estruturado sobre o Ouro e não tem que ter, nem criar, uma equipa especializada em Ouro. O Banco também pode ter uma única equipa a criar 100 Produtos Estruturados diferentes, ao passo que se o quiser fazer com, por exemplo, 100 fundos de investimento diferentes, já terá de ter 100 equipas de gestão para esse efeito. E terá de manter essas mesmas equipas de gestão por cada fundo que tiver clientes investido.
No fundo, o que nós temos aqui é uma equipa de estruturadores que executa todas as coberturas que vão permitir ao cliente receber o que lhe indicado aquando do seu investimento.
Os Produtos Estruturados, permitem portanto, que o Banco consiga satisfazer as necessidades de investimento dos seus clientes de uma maneira eficaz.
Quais as vantagens para o investidor?
Ao contrário do que se passa com os fundos de investimento, e grande parte de outros investimentos, aqui o cliente sabe exactamente o que pode vir a receber durante o seu período de investimento. Está tudo definido e bem explicado numa fórmula.
São investimentos transparentes (todas as características estão definidas nas condições das emissões; a maturidade, a moeda, subjacente, fórmula de remuneração variável, etc.) e com um risco - limitado ao capital investido, capital em risco - bastante menor quando comparados com o investimento directo nos activos subjacentes. Existe o conhecimento prévio do prazo máximo do investimento e a garantia de liquidez.
Assim e resumindo este tipo de investimentos podem permitem a conjugação de garantia (parcial ou total) no vencimento, do capital com a possibilidade de realizar ganhos associados a qualquer mercado, seja ao de acções / obrigações / cambial, etc, sem o investidor se ter de sujeitar ao investimento directo nesses mesmos mercados.
Permitem ainda a diversificação do risco de mercado, geográfico e sectorial.
O investimento num Produto Estruturado pode, por exemplo, reembolsar o cliente através de um único pagamento na maturidade; do pagamento de cupões regulares e de outro na maturidade; ou até mesmo através do pagamento de um cupão e reembolso automático da nota ao seu valor nominal muito antes da sua maturidade (as chamadas notas 'autocallable') garantindo uma remuneração muito atractiva num curto espaço de espaço de tempo.
Mais, caso o investidor considere que já atingiu uma boa remuneração, e o produto ainda não expirou, tem a possibilidade de vender o seu produto em mercado secundário.
No entanto, a meu ver, a grande vantagem para o investidor é que tem, nos Produtos Estruturados, a oportunidade de criar um veículo de investimento inteiramente à sua medida. Tem a possibilidade de criar e definir onde quer investir e como quer investir.