O ano de 2022 foi bastante atribulado e até as flutuações do último mês do ano tiveram um impacto significativo nas carteiras dos fundos de investimento nacionais.
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Olhando para trás, 2022 foi um ano em tudo diferente de 2021. Não só 2021 havia superado os retornos de 2020, como também se emoldurou como um dos anos melhores anos na história dos mercados de investimento. Contudo, 2022 revelou que o otimismo do ano anterior foi exagerado ou que, pelo menos, não incorporou devidamente todos os riscos para os quais os investidores se deveriam ter preparado.
E, mesmo em retrospetiva, não era propriamente fácil incorporar os devidos riscos. Não seria qualquer investidor que conseguiria prever os moldes do regresso ao normal após uma pandemia, nem uma política monetária agressiva quando tanto se falou em inflação transitoriamente elevada e, muito menos, o iniciar de uma guerra na Europa — fatores estes que ditaram muitos dos movimentos em várias classes de ativos.
Após um ano tão conturbado para os investidores, olhamos para os 10 melhores desempenhos do mercado nacional e destacamos os fundos que sobressaíram, bem como, algumas surpresas face aos fundos que estavam na linha da frente, no final de 2022.
Fonte: Morningstar, dados à data de 31 de dezembro de 2022. Desvio padrão calculado com observações semanais.
O fundo mais rentável de 2022 foi o Montepio Euro Energy, que beneficiou do bom comportamento de mercado que tiveram as ações do setor energético no ano. O fundo da Montepio Gestão de Activos alcançou retornos na ordem dos 15,56%.
Seguem-se os fundos da BPI Gestão de Ativos, BPI Brasil e o BPI Portugal com 14,35% e 7,62%, respetivamente. Resultando num pódio, e top 5, inalterado face aos fundos que se apresentavam na linha da frente de melhores retornos, no mês anterior.
No entanto, a reta final do ano trouxe várias alterações à segunda metade da classificação. As flutuações do último mês do ano foram suficientes para que o BPI GIF European Financial Equities Long/short entrasse na lista, permitiu que o BPI GIF Iberia tomasse o sexto lugar ao Optimize Portugal Golden Opportunities e fez com que o Sixty Degrees Ações Portugal subisse ao décimo lugar.
Ações portuguesas vingam em 2022
À semelhança do ano anterior, a lista global dos maiores retornos continuou muito preenchida por fundos de ações. Entre os 10 fundos da lista, sete estão exclusivamente alocados a esta classe de ativos, e mesmo os três restantes têm ações como a classe de ativos que ocupa a maior fatia das suas carteiras. Contudo, o tipo de estratégias com maior sucesso foi bastante diferente de 2021. Ao invés da predominância de alocações a nível global e focadas nos EUA, 2022 sorriu aos investidores expostos à bolsa nacional, pois quatro dos 10 fundos mais rentáveis consistem em estratégias exclusivamente focadas em empresas portuguesas e outros três estão distribuídos por empresas Ibéricas.