Os primeiros nove meses do ano tiveram alguns altos e baixos que mexeram com as rendibilidades dos fundos de investimento em Portugal. Os fundos flexíveis não foram a exceção, com as fortes rendibilidades dos primeiros meses do ano a desvanecerem-se ao longo dos últimos meses.
Ainda assim, dos quase 20 produtos classificados como flexíveis pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – existe uma mão cheia que regista rendibilidade positivas. Esses cinco produtos são geridos por três entidades diferentes: a BPI Gestão de Activos e a Optimize Investment Partners gerem dois produtos cada; a Santander Asset Management tem sob sua responsabilidade o fundo restante.
De entre os cinco produtos com rendibilidades positivas nos primeiros nove meses do ano, o líder é o BPI Ibéria. Gerido por Pedro Maruny, da BPI Gestão de Activos, o fundo regista uma rendibilidade de 4,89% no final de setembro. Nessa mesma data o produto geria mais de 9 milhões de euros com o Banco Santander a ser o maior investimento em carteira, sendo seguido pela Jerónimo Martins. Nos últimos Euronext Lisbon Awards, apresentados no início do ano, o fundo saiu galardoado com o prémio de ‘Investment Fund/Open Pension Fund in Portuguese stocks’
Os dois fundos seguintes são ambos geridos pela mesma entidade: a Optimize Investment Partners. Com 3,91% de rendibilidade nos primeiros nove meses do ano figura o Optimize Europa Valor. Com cerca de 9 milhões de euros em património, o fundo tem nas cinco maiores posições diversos tipos de ativos. O maior investimento pertence ao ETF iShares Euro Government Bond 1-3yr. Gerido pela iShares, o produto “replica o comportamento do índice Barclays Euro Government Bond 1 a 3 Anos” e saiu vencedor dos últimos Morninstar Awards com o prémio de Melhor Fundo Estrangeiro de Obrigações Curto Prazo. No top 5 das posições em carteira encontramos ainda dois títulos acionistas e dois títulos de dívida. No primeiro caso encontramos a Swiss e a Munchener, enquanto que nas obrigações encontramos dívida corporativa da NOS e ainda estatal francesa.
Já com uma rendibilidade de 2,27% figura o Optimize Investimento Activo. Com pouco mais de 10 milhões de euros o fundo, tal como o anterior, investe em diversos tipos de ativos. No top 5 dos investimentos em carteira, encontramos algumas semelhanças com o Optimize Europa Valor, como é o caso do investimento no ETF da iShares, a dívida pública francesa ou a dívida corporativa da NOS. Só as ações presentes nos top5 diferem, já que neste fundo os investimentos são realizados na Sanofi e na Airbus.
O fundo da Santander Asset Management que entra na lista é o Santander Global. Com um património de quase 155 milhões de euros, regista uma rendibilidade de 1,3% nos primeiros nove meses do ano. Em termos de carteira, cerca de 75% está aplicada em produtos de liquidez, com as obrigações a representaram mais de 20%. Ainda assim, a maior posição em carteira vai para um futuro sobre o PSI-20, sendo seguido de dívida estatal nacional.
O fundo que fecha a lista dos produtos com saldo positivo em termos de rendibilidade nos primeiros nove meses do ano é o BPI Global. Nesse período regista uma valorização de 0,37% e no final de setembro tinha quase 80 milhões de euros. Gerido pela BPI Gestão de Activos, o fundo tem como posições dominantes em carteira títulos de dívida, onde se destaca a dívida estatal de países como os EUA, Espanha, Itália e Alemanha.
Os fundos flexíveis com rendibilidades positivas em 2015
Fundo | Gestora | Rendibilidade 2015 (%) |
---|---|---|
BPI Ibéria | BPI Gestão de Activos | 4,890 |
Optimize Europa Valor | Optimize Investment Partners | 3,909 |
Optimize Investimento Activo | Optimize Investment Partners | 2,271 |
Santander Global | Santander Asset Management | 1,302 |
BPI Global | BPI Gestão de Activos | 0,367 |
Fonte: APFIPP no final de setembro