Ações impulsionam os fundos de pensões do Banco de Portugal em 2019

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filipe.garcia, Flickr Creative Commons

A Sociedade Gestora de Fundos de Pensões do Banco de Portugal divulgou os relatórios e contas da própria entidade e de ambos os fundos de pensões (de contribuição definida e de benefício definido) do Banco de Portugal, onde estão patentes a evolução e composição das respetivas carteiras de investimento. A entidade gestora dá nota no relatório e contas que o valor global dos Fundos de Pensões sob gestão ficou-se nos 2.048,88 milhões de euros o que corresponde a 2.021,96 milhões de euros do fundo de benefício definido e 26,9 milhões de euros no fundo de contribuição definida.

Sobre a carteira própria de ativos, cujo valor ascendia, no final do ano, a 3,29 milhões de euros a entidade revela que em 2019 foram efetuadas alterações ligeiras à composição da carteira, nomeadamente uma subida de 2.9% da exposição a dívida supranacional, de 0.2% a dívida paragovernamental e 0.1% a dívida corporativa. Por outro lado, deu-se a redução da exposição a dívida pública (-2.8%) e a fundos de investimento em ações (-0.6%).

A exposição média por classe de ativo foi a seguinte em 2019: 

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No final do ano, a exposição estava repartida em 60.2% em dívida pública, 13.4% de dívida corporativa (10,4% de forma direta e 3% através de ETF), 10.9% em dívida supranacional, 9,1% em dívida paragovernamental, 2% em fundos de ações e 4,3% em liquidez. Durante o ano, esta carteira teve uma rentabilidade de 0.5%, com um contributo nulo da carteira de fixed income e 27.3% dos instrumentos de equity. 

Na tabela, o detalhe dos instrumentos que compõem a carteira, destacando-se ETF diversos de entidades gestoras como a Amundi, iShares, Credit Suisse,Lyxor, XTrackers (DWS) e Powershares (Invesco)

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Fundo de pensões de benefício definido

No caso do Fundo de pensões de benefício definido, a entidade gestora divulga a seguinte composição média anual da carteira de investimentos:  

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A 31 de dezembro, a exposição era de 83,8% em instrumentos de taxa de juro e liquidez, 4.3% em ações e 11,9% em ativos imobiliários (investimento direto e fundos), bem como 2.3% de exposição longa a contratos de futuros sobre obrigações da área do euro e 4,9% de exposição longa a futuros de ações. "No final de 2019, cerca de 15% da exposição a instrumentos com exposição ao mercado acionista era constituída por fundos de investimento que privilegiam o investimento em empresas com melhor desempenho no que respeita à consideração de princípios de responsabilidade social, ambiental e de boa governação." A rentabilidade da carteira foi de 8,2% no ano, sendo que a entidade gestora dá conta que o resultado obtido na carteira de imobiliário e ações "mais que compensou o impacto negativo da descida pronunciada das taxas de juro", 

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O montante investido em fundos de investimento atingia, neste fundo, os 116,69 milhões de euros no final do ano. 

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Fundo de contribuição definida

No que se refere ao fundo de contribuição definida, a entidade gestora destaca que no final de 2019 este mostrava uma exposição ao mercado acionista de 20.4%, 1,1% superior à observada no final de 2018. Procederam ao longo do ano a um reforço do peso relativo da dívida indexada à inflação em contrapartida de uma redução da exposição a dívida púbica de taxa fixa. 

A exposição ao mercado acionista é posta em prática através do investimento em ETF e futuros de ações que replicam o desempenho de índices acionistas de referência. "O recurso a futuros sobre índices de ações facilita ainda, no caso das ações cotadas em moeda estrangeira, a cobertura do risco inerente à variação das taxas de câmbio face ao euro", dizem no relatório. 

A estrutura por classe de ativos no final do ano era a seguinte:

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Os resultados foram, como comunica a entidade, "impulsionados pelo desempenho positivo da generalidade dos mercados de ações". A rentabilidade média foi de 5,7% que se desagrega conforme as tabelas abaixo: 

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O montante investido em fundos de investimento tinha um valor de mercado de 4.8 milhões de euros no final de 2019. 

 

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