A Sociedade Gestora de Fundos de Pensões do Banco de Portugal divulgou os relatórios e contas da própria entidade e de ambos os fundos de pensões (de contribuição definida e de benefício definido) do Banco de Portugal, onde estão patentes a evolução e composição das respetivas carteiras de investimento. A entidade gestora dá nota no relatório e contas que o valor global dos Fundos de Pensões sob gestão ficou-se nos 2.048,88 milhões de euros o que corresponde a 2.021,96 milhões de euros do fundo de benefício definido e 26,9 milhões de euros no fundo de contribuição definida.
Sobre a carteira própria de ativos, cujo valor ascendia, no final do ano, a 3,29 milhões de euros a entidade revela que em 2019 foram efetuadas alterações ligeiras à composição da carteira, nomeadamente uma subida de 2.9% da exposição a dívida supranacional, de 0.2% a dívida paragovernamental e 0.1% a dívida corporativa. Por outro lado, deu-se a redução da exposição a dívida pública (-2.8%) e a fundos de investimento em ações (-0.6%).
A exposição média por classe de ativo foi a seguinte em 2019:
No final do ano, a exposição estava repartida em 60.2% em dívida pública, 13.4% de dívida corporativa (10,4% de forma direta e 3% através de ETF), 10.9% em dívida supranacional, 9,1% em dívida paragovernamental, 2% em fundos de ações e 4,3% em liquidez. Durante o ano, esta carteira teve uma rentabilidade de 0.5%, com um contributo nulo da carteira de fixed income e 27.3% dos instrumentos de equity.
Na tabela, o detalhe dos instrumentos que compõem a carteira, destacando-se ETF diversos de entidades gestoras como a Amundi, iShares, Credit Suisse,Lyxor, XTrackers (DWS) e Powershares (Invesco).
Fundo de pensões de benefício definido
No caso do Fundo de pensões de benefício definido, a entidade gestora divulga a seguinte composição média anual da carteira de investimentos:
A 31 de dezembro, a exposição era de 83,8% em instrumentos de taxa de juro e liquidez, 4.3% em ações e 11,9% em ativos imobiliários (investimento direto e fundos), bem como 2.3% de exposição longa a contratos de futuros sobre obrigações da área do euro e 4,9% de exposição longa a futuros de ações. "No final de 2019, cerca de 15% da exposição a instrumentos com exposição ao mercado acionista era constituída por fundos de investimento que privilegiam o investimento em empresas com melhor desempenho no que respeita à consideração de princípios de responsabilidade social, ambiental e de boa governação." A rentabilidade da carteira foi de 8,2% no ano, sendo que a entidade gestora dá conta que o resultado obtido na carteira de imobiliário e ações "mais que compensou o impacto negativo da descida pronunciada das taxas de juro",
O montante investido em fundos de investimento atingia, neste fundo, os 116,69 milhões de euros no final do ano.
Fundo de contribuição definida
No que se refere ao fundo de contribuição definida, a entidade gestora destaca que no final de 2019 este mostrava uma exposição ao mercado acionista de 20.4%, 1,1% superior à observada no final de 2018. Procederam ao longo do ano a um reforço do peso relativo da dívida indexada à inflação em contrapartida de uma redução da exposição a dívida púbica de taxa fixa.
A exposição ao mercado acionista é posta em prática através do investimento em ETF e futuros de ações que replicam o desempenho de índices acionistas de referência. "O recurso a futuros sobre índices de ações facilita ainda, no caso das ações cotadas em moeda estrangeira, a cobertura do risco inerente à variação das taxas de câmbio face ao euro", dizem no relatório.
A estrutura por classe de ativos no final do ano era a seguinte:
Os resultados foram, como comunica a entidade, "impulsionados pelo desempenho positivo da generalidade dos mercados de ações". A rentabilidade média foi de 5,7% que se desagrega conforme as tabelas abaixo:
O montante investido em fundos de investimento tinha um valor de mercado de 4.8 milhões de euros no final de 2019.