Os fundos mistos recomendados pelas gestoras internacionais para 2023

O UBS Strategy Fund Sustainable é uma gama composta por seis fundos multiativos com diferentes perfis de risco e ADN sustentável. Esta família de fundos oferece ao investidor objetivos claros em função do perfil de risco e com uma vocação de investimento a longo prazo. Dentro deste leque, Álvaro Cabeza, responsável de negócio da UBS AM para a região ibérica, destaca o UBS (Lux) Strategy Fund - Yield Sustainable (EUR).

O universo de investimento é global. A estratégia oferece um nível de diversificação ótimo, explorando as diferentes características das classes de ativos. A gama, que foi lançada nos anos 90, foi testada durante mais de duas décadas em todo o tipo de situações. “Em momentos de incerteza como o que estamos a viver, o horizonte de investimento e a disciplina são essenciais para atingir os objetivos dos investidores”, afirma Cabeza.

Trata-se de uma solução que evoluiu com o tempo. Por exemplo, integra agora fatores de sustentabilidade, o que, em última análise, é uma evolução natural para o investimento de longo prazo.

Como nota, o seu homólogo em divisa dólar norte-americana, o UBS (Lux) Strategy Fund - Yield Sustainable (USD), conta com o Rating FundsPeople 2022.

Face à atual incerteza, na opinião de Leonardo Fernández, diretor do Canal Intermédio para Portugal e Espanha da Schroders, contar com uma carteira diversificada em ativos e mercados de todo o mundo é essencial. Neste sentido, o foco está no Schroder ISF Global Multi Asset Balanced.

Este fundo com Rating FundsPeople 2022, por um lado, conta com um elevado grau de convicção. Por outro, analisa cada investimento a partir do binómio retorno/risco para tentar suavizar a volatilidade do mercado. Para isso, o fundo pode investir a nível global numa ampla gama de ativos e múltiplos mercados, regiões e estratégias. Além disso, integra características ambientais e sociais, sendo-lhe atribuído o Artigo 8.º da SFDR.

Para 2023, a proposta da Nordea é o Nordea 1 - Alpha 10 Fund. Este fundo com Rating FundsPeople 2022 continua a cumprir o seu objetivo de gerar uma rentabilidade +5 a +7% superior à liquidez (bruto de comissões) ao longo de um ciclo de investimento completo, com uma volatilidade de entre 7% e 10%. Utiliza diferentes tipos de estratégias de investimento com baixa correlação entre elas para oferecer uma exposição dinâmica a vários prémios de risco em diferentes classes de ativos.

Normalmente, o fundo implementa diferentes estratégias de investimento através de pares long/short e/ou posições longas e curtas individuais nas diferentes classes de ativos globais. Pode combinar uma posição longa parcial/totalmente compensada por uma posição curta. Acreditamos que conseguimos construir uma carteira com uma exposição equilibrada e bem diversificada a prémios de risco pouco correlacionados, conseguiremos gerar um retorno ajustado ao risco igual ou superior ao das carteiras mistas tradicionais, mas com uma sensibilidade inferior aos mercados de ações e de obrigações”, explica Laura Donzella, responsável de Vendas para a Península Ibérica, América Latina e Ásia da Nordea AM.

A recomendação da J.P. Morgan AM para esta categoria não é nada mais que um dos seus fundos mais conhecidos, o JPMorgan Investment Funds - Global Income Fund e os seus equivalentes em versão conservadora e sustentável: o JPMorgan Investment Funds - Global Income Conservative e o JPMorgan Investment Funds- Global Income Sustainable. Os dois primeiros contam com o Rating FundsPeople 2022.

Todos eles contam com a mesma equipa gestora, que investe de forma diversificada numa ampla gama de ativos, com o objetivo de capturar as melhores oportunidades de rendimento a nível global. “São fundos adequados para praticamente qualquer tipo de investidor, uma vez que proporcionam um complemento perfeito aos rendimentos tradicionais, sem renunciar à potencial revalorização do capital”, explica Javier Dorado, diretor-geral da J.P. Morgan AM para Espanha e Portugal.

O JPM Global Income conta já com 14 anos de história e durante todo este período distribuiu trimestralmente e de forma consistente um dividendo de entre 4% a 6% anualizado.

O Janus Henderson Balanced volta novamente a ser a principal aposta da Janus Henderson em produtos mistos. Este fundo com Rating FundsPeople 2022 destina-se aos investidores que querem beneficiar das oportunidades que o mercado norte-americano oferece.

O fundo combina ações e obrigações de elevada qualidade. Na parte das ações, os gestores procuram empresas que beneficiam das tendências estruturais e de crescimento como a transição digital, consumo ou inovação no setor da saúde. “A sua flexibilidade entre ações e obrigações (35% a 65%) permite que o fundo se posicione de uma forma flexível e dinâmica para qualquer cenário macroeconómico”, afirma Martina Álvarez, diretora de Vendas para a Península Ibérica da Janus Henderson.

Para a categoria de mistos, Íñigo Escudero, diretor da Invesco para a Península ibérica, América Latina, EUA Offshore e Israel, aposta num dos seus principais fundos: o Invesco Pan European High Income Fund.

Este fundo misto permite aproveitar a experiência de gestão da equipa de obrigações da Invesco na Henley e a excelência da equipa europeia de ações, representada pela sua diretora de Investimentos, Stephanie Butcher.

A abordagem é flexível e pragmática, com uma gestão ativa tanto em crédito como em duração (historicamente moderada, inferior a quatro anos). Pode investir um máximo de 30% em ações, embora a exposição máxima histórica seja de 22%, muito próxima dos seus níveis atuais. A carteira de obrigações do fundo é diversificada em liquidez, dívida soberana e corporativa, tanto de investment grade como de high yield. Por sua vez, as ações são compostas por empresas de elevada qualidade com foco na distribuição de dividendos. Este fundo com Rating FundsPeople 2022 situa-se no primeiro quartil da sua categoria em todos os prazos temporais e é o melhor fundo da sua categoria desde o seu lançamento.

Em 2023, a Fidelity repete a sua aposta no Fidelity Funds Global Multi Asset Income Fund. Este fundo com Rating FundsPeople 2022 investe em todo o tipo de ativos geradores de rendimentos a nível mundial, de forma muito flexível, baseando-se na análise do panorama económico global em cada momento e sempre com o foco na preservação do capital.

Os gestores observam três fatores-chave que irão impulsionar os mercados em 2023: a inflação, o abrandamento económico e a resposta dos bancos centrais. Neste contexto, afirma Sebastián Velasco, diretor-geral da Fidelity para a Espanha e Portugal, mantêm uma visão defensiva, prudente sobre o crédito e sobre as ações de maior risco. Acreditam que a Ásia continua a apresentar oportunidades e, em particular, a China, que é uma economia em transição. Mantêm uma carteira diversificada e consideram diferentes cenários macroeconómicos e de mercado, tentado posicionar-se para qualquer dos possíveis resultados que possam ocorrer.

Na categoria de mistos e multiativos, Mariano Arenillas, responsável da DWS na Península Ibérica, não podia citar outro fundo que não o DWS Concept Kaldemorgen. “A volatilidade aumentou de forma notória em 2022 e pensamos que continuará a ser protagonista em 2023”, prevê Arenillas.

“Se procuramos agilidade nas decisões ao mesmo tempo que confiamos na experiência da equipa gestora, o DWS Concept Kaldemorgen deve ser um fundo que nos permite participar no mercado se este recupera e ter um risco controlado devido à diversificação da sua carteira”, afirma. O desempenho relativo deste fundo com Rating FundsPeople 2022 foi um dos melhores da indústria.

Na opinião de Rubén García Paez, responsável para a Península Ibérica e América Latina da Columbia Threadneedle, os fundos de retorno total podem contribuir de forma importante para a criação de carteiras diversificadas. De facto, também recomendaria uma alocação no contexto atual. Por isso, a sua aposta para 2023 é o Pyrford Total Return. “O nosso foco na baixa volatilidade e no bom desempenho relativo em mercados difíceis pode ser útil em tempos de tensão no mercado”, defende.

O fundo investe 40% em ações e 57% em obrigações governamentais de elevada qualidade, com 3% em liquidez. Dentro das ações, estão mais positivos na Ásia, exceto no Japão, onde há grande espaço para um crescimento económico sólido. Geralmente, só investe em ações e obrigações de grande capitalização dos EUA, Austrália, Canadá e Reino Unido. Todos estes ativos são muito líquidos, afirma o especialista.

“Há algum tempo que acreditamos que teríamos de passar por um reinício dos mercados, uma vez que tinha sido permitido construir uma bolha, impulsionada pela criação de liquidez por parte dos bancos centrais do mundo. Não ter grandes perdas em mercados negativos vai permitir-lhes obter uma melhor rentabilidade a longo prazo”, prevê García Paez.

No que concerne os fundos multiativos, o fundo que Ramón Carrasco enaltece é o Carmignac Portfolio Patrimoine Europe. "Trata-se de um fundo diversificado com um objetivo de investimento e de gestão de risco disciplinado que procurar selecionar oportunidades em temáticas relacionadas com o crescimento na Europa", explica o responsável de Desenvolvimento de Negócio da Carmignac. Também este é um fundo que se enquadra no Artigo 8 da SFDR.

Numa entrevista recente à FundsPeople, Álvaro Fernández e Mario González, co-responsável pelo Desenvolvimento de Negócio da Capital Group para a Península Ibérica, já nos adiantavam que 2023 ia ser o ano da geração de rendimentos. Por isso, a sua proposta em multiativos é o Capital Group Capital Income Builder (LUX). O fundo procura obter retornos acima da média e um fluxo crescente de rendimentos a partir de investimentos em ações que distribuem rendimentos, incluindo empresas consolidadas que pagam dividendos elevados ou com sólidas perspetivas de crescimento desses dividendos.

A estratégia Capital Income Builder, lançada em 1987, é uma estratégia multiativa focada no crescimento de dividendos. A estratégia tem um sólido historial de geração e crescimento de dividendos para os acionistas ao longo do tempo. Utiliza um processo disciplinado de elegibilidade para a seleção de ações, concebido para impulsionar o crescimento dos rendimentos a longo prazo.  É complementado com obrigações de elevada qualidade, com um vencimento a curto prazo e intermédio, para ancorar a carteira, e procura oferecer proteção e contribuir para a rentabilidade total.

Com uma abordagem agnóstica no que diz respeito ao índice de referência, procura fontes estáveis de rendimentos em qualquer mercado. A estratégia tem proporcionado um retorno sistematicamente superior ao MSCI ACWI.

Para multiativos, a recomendação da BNY Mellon IM não podia ser outra que o seu elemento mais emblemático nesta categoria: o BNY Mellon Global Real Return EUR. Este fundo com Rating FundsPeople 2022 é gerido pela Newton, que faz parte da BNY Mellon IM. Trata-se de um fundo multiativos global e flexível que investe numa grande variedade de ativos, como ações, obrigações, matérias-primas, alternativos e liquidez. Além disso, a equipa de investimento pode utilizar instrumentos de cobertura simples para reduzir o risco em carteira. O objetivo do fundo é gerar uma rentabilidade euribor +4% em termos anuais ao longo de um ciclo económico completo e preservar o capital durante os períodos de volatilidade do mercado.

A estratégia está concebida para se adaptar a diferentes condições de mercado ao longo de um ciclo económico completo. “No entanto, a capacidade de aproveitar as anomalias de preços entre diferentes classes de ativos e de cobrir riscos de mercado é particularmente útil em mercados voláteis”, destaca Ralph Elder, diretor-geral para a Península Ibérica e América Latina da BNY Mellon IM.

Na categoria de multiativos, Aitor Jauregui, responsável da BlackRock para a Espanha, Portugal e Andorra, destaca um dos poucos fundos que contam com o Rating FundsPeople+: o BGF ESG Multi-Asset Fund. Trata-se de um multiativo global com um foco claro em critérios ESG. O seu perfil é moderado e procura maximizar a sua rentabilidade investindo em toda a classe de ativos com viés ESG, através de um vasto leque de ferramentas, incluindo alternativos, estratégias de volatilidade, valor relativo e estratégias de cobertura. Destaca-se pela sua flexibilidade ao poder investir em qualquer instrumento de investimento, como ações, obrigações, ETF, ou fundos de fundos.

A análise ESG está completamente integrada em todo o processo de investimento através de uma tripla abordagem em que combinam diferentes temas ESG: alterações climáticas, um melhor acesso à habitação social ou a gestão de resíduos, entre outras. A seleção de empresas é feita mediante best-in-class. Assim, o universo é constituído por empresas com uma classificação MSCI BBB ou superior, favorecendo sempre as classificações mais elevadas. Além disso, utilizam filtros que ajudam a reduzir o risco da carteira, como, por exemplo, a exclusão de 10 setores controversos. O fundo recebeu as cinco estrelas da Morningstar e lidera os quartis a um, três, cinco e 10 anos.

Esta estratégia de 6.500 milhões de euros de património é gerida pela equipa de Estratégias e Soluções Multiativos da BlackRock. Jason Byrom e Conan McKenie são os co-gestores da carteira, apoiados por mais de 200 especialistas de investimento a nível global.

Além dos fundamentais macroeconómicos, os diferentes acontecimentos geopolíticos estão a aumentar a sensibilidade dos mercados, afirma Pietro Martorella, responsável para o Sul da Europa da AXA IM Core Cliente Group. Perante esta situação, o investidor procura garantir um rendimento permanente. Por isso, para 2023, a AXA IM destaca o AXA WF Global Income Generation.

O objetivo do fundo é oferecer um rendimento anual na ordem dos 2% e 6%. O seu estilo de investimento é multiativo, uma vez que investe de forma flexível tanto em ações, com um máximo de 50% para aproveitar as melhores oportunidades segundo a evolução das condições do mercado, como em obrigações e outros produtos de fixed income.

Este estilo de investimento cauteloso explica a sua classificação de cinco estrelas por parte da Morningstar dentro da categoria multiativo prudente. O fundo é gerido com quatro motores de rentabilidade que pretendem minimizar o risco, enquanto cria rendimentos de forma natural na carteira, deixando espaço para ações growth que permitem a valorização do capital.

Para 2023, Marta Marín, CEO da Amundi na Península Ibérica, coloca o fundo numa abordagem conservadora, mas flexível, com o Amundi Funds Global Multi Asset Conservative, fundo com Rating FundsPeople 2022.

Trata-se de um fundo multiativo conservador que oferece uma alocação flexível entre os diferentes setores de obrigações, gerindo de forma ativa a duração e o risco de crédito, com ênfase na liquidez. Também se posiciona em ações, com um máximo de 30%. É uma solução com um nível de risco controlado (volatilidade anualizada esperada entre 5% e 7%).

A filosofia é baseada numa diversificação eficaz. Esta visão é implementada através de um processo de investimento disciplinado de quatro pilares: estratégia macro (com o objetivo de desenvolver ideias de elevada convicção); estratégia de cobertura (para proteger face a cenários alternativos); estratégias satélite (para gerar alfa e valor relativo) e estratégias de seleção (para identificar e selecionar títulos de elevada qualidade que podem gerar uma rentabilidade estável através do aumento da diversificação), que, por sua vez, utilizam um quadro próprio de orçamento de riscos para alocar e gerir ativamente o risco.

Quanto aos multiativos, Romualdo Trancho optou não por focar a sua atenção num fundo específico, mas numa família de fundos: a Allianz Dynamic Multi-Asset Strategy SRI. Segundo explica, esta gama (Allianz Dynamic Multi-Asset Strategy SRI 15M; Allianz Dynamic Multi-Asset Strategy SRI 50 e Allianz Dynamic Multi-Asset Strategy SRI 75) "oferece três carteiras multiativos dirigidas a investidores com diferentes perfis de risco que procuram uma solução de investimento diversificada e todo-o-terreno, que se adapte de forma flexível, ativa e dinâmica às mudanças nas condições dos mercados".  Além de se apresentar como uma solução de investimento responsável, esta gama da Allianz GI está enquadrada no artigo 8.º do Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis ​​(SFDR).

O AB EM Multiassets Income, gerido por Morgan Harting, foi o fundo escolhido por Miguel Luzarraga. Este fundo da AllianceBernstein investe normalmente em ações e dívida de qualquer qualidade de crédito dos emitentes dos mercados emergentes. Este produto, criado em 2011, pode ainda procurar exposição a outras classes de ativos, tais como commodities, imobiliário, moedas e taxas de juro, bem como a índices elegíveis.

“Num ambiente de mercado marcado por inflação, taxas de juro e incerteza, e em que a combinação tradicional de obrigações/ações (60%-40% ou 80%-20%) tem-se tornado complexa, achamos que temos de diversificar mais e ter mais fontes de retorno” é o que opina Álvaro Antón Luna. Em 2023, devemos “procurar soluções que tragam estabilidade, qualidade dos emissores e das emissões, geração de cash flow (cumulativos ou distribuíveis) e diversificadores contra esses três pontos”, explica.

Neste sentido, considera uma opção interessante os fundos Aberdeen Standard SICAV I – Diversified Income Fund e Aberdeen Standard SICAV I - Diversified Growth Fund, que conseguiram democratizar o acesso a ativos alternativos investindo parte da sua carteira em ativos alternativos cotados.  Isto inclui, mercado imobiliário, infraestruturas, royalties e  ABS. “Estes, por um lado, oferecem proteção contra a inflação, e, por outro, também melhoram consideravelmente o perfil de diversificação da carteira. E tudo isto através de uma estratégia de UCITS e com liquidez diária”, conta o especialista da abrdn.