Os fundos nacionais com menor intensidade em carbono

As alterações climáticas mantêm uma robusta e crescente presença em todos os setores da economia mundial e, tal como a COP27 demonstrou, as emissões de carbono são um ponto fundamental na agenda da transição climática. Neste sentido, e porque a indústria de gestão de ativos não pode ficar para trás neste tópico, olhamos para o mercado português e destacamos os fundos mobiliários que têm mostrado melhor eficiência nas suas emissões.

Para tal, reunimos os 20 melhores fundos mobiliários de gestão nacional em termos de intensidade em carbono, uma métrica das Morningstar Portfolio Carbon Metrics. Este rácio mede as emissões, em toneladas métricas de dióxido de carbono, ponderadas pelos ativos no portefólio, com dados do Carbon Disclosure Project ou valores estimados da Sustainalytics, e as respetivas receitas agregadas ao nível do fundo, em milhões de dólares. Também presentes nas tabelas abaixo estão os níveis de emissões de âmbito 1, que correspondem às emissões diretas de gases com efeito de estufa, provenientes de fontes controladas pelas empresas que os fundos detêm. E os níveis de emissões de âmbito 2, que correspondem às emissões de gases com efeito de estufa, geradas pela energia que as empresas detidas pelos fundos consomem.

Fundos nacionais menos intensos em carbono

O Montepio Euro Financial Services é o mais eficiente na métrica em análise, registando 3,26 toneladas métricas por cada milhão de dólares em receitas. Em segundo lugar e, apesar de ser o quinto maior fundo da lista em termos de emissões absolutas de carbono, está o Bankinter Rendimento PPR com um rácio de 9,85, seguido pelo Santander Acções América com 17,66.

Tal como podemos observar pelo pódio, o mercado nacional apresenta uma grande dispersão em termos de intensidade em carbono, com o segundo e terceiro lugar a apresentarem uma intensidade em carbono três e cinco vezes superior, respetivamente, face ao fundo em primeiro lugar da lista. Mas tal também se aplica ao universo como um todo, o menor valor observado é quase 50 vezes inferior à média e 190 vezes inferior ao valor mais alto do universo.

Também nos volumes absolutos de emissões de carbono verificamos uma forte dispersão, especialmente nas emissões de âmbito 1.

É também possível destacar a BPI Gestão de Ativos e a Montepio Gestão de Activos com seis e cinco fundos, respetivamente, presentes na lista. Tornando-as, assim, as entidades gestoras com mais fundos presentes na lista de instrumentos com menor intensidade carbónica.

Distribuição do universo de fundos de gestão portuguesa (Portugal e Luxemburgo)