Os (poucos) fundos multiativos que têm lugar nas carteiras de fundos de pensões abertos portugueses

alocacao ovos eggs cesto diversificacao fundos de investimento pensoes seguradoras
Photo by Autumn Mott Rodeheaver on Unsplash

À data da mais recente compilação dos fundos de investimento nas carteiras dos fundos de pensões abertos que a FundsPeople publicou no website Insights Portugal, uma parte significativa dos ativos sob gestão - 56% - estava alocada a fundos de investimento, por oposição a investimento direto. Falamos de um total de 1,96 mil milhões de euros.

O que fica claro no presente artigo é que os gestores responsáveis por estas carteiras desenhadas a pensar na reforma recorrem ao instrumento fundo (tradicional ou ETF) com o propósito de construir a sua própria alocação - multiativos ou não. Isto faz com que fundos que conjugam já as diferentes classes de ativos não sejam, por regra, peças essenciais e que apenas 8,35 milhões dos 1,96 mil milhões de euros se dirijam a estes instrumentos.

Contudo, o objetivo desta análise é aferir, exatamente, que fundos multiativos têm lugar no mix estudado. São poucos, de facto, mas vários neste conjunto são conhecidos pelas suas características únicas que, pela filosofia e conjugação de diferentes classes de ativos e instrumentos se tornam, eles próprios, um instrumento com características de retorno, risco e correlação que ajudam a otimizar ainda mais as carteiras.

O fundo que mais ativos atrai é um fundo conhecido do mercado português e que acumula os três pilares do Rating FundsPeople 2023 (o FP+): o Ruffer Total Return International. É um fundo simultaneamente destacado pelos analistas, blockbuster e consistente. Tem lugar nas carteiras da Santander Totta Seguros e nas carteiras geridas pelo BiG e administradas pela Futuro.

Em segundo lugar, o fundo de ADN nacional, Heed Patrimonio. Gerido pela Heed Capital e domiciliado no Luxemburgo, atraía na data de análise quase 2 milhões de euros de fundos de pensões da GNB SGFP. A fechar o trio com mais património aparece o Trojan Fund (Ireland). O fundo gerido pela Troy Asset Management acumula quase 1 milhão de euros das entidades gestoras de fundos de pensões abertos.

Este trio líder acumula 86,91% do total de ativos na tabela, mas destaque para a presença de outros três fundos com Rating FundsPeople 2023, como o M&G (Lux) Optimal Income Fund, o Pictet-Multi Asset Global Opportunities e o DWS Concept Kaldemorgen.

FundoRating FundsPeople 2023Categoria GlobalEntidade gestoraMontante investido
Ruffer Total Return InternationalFP+Flexible AllocationRuffer4 321 939 €
Incometric Fund Heed PatrimonioCautious AllocationHeed Capital1 994 123 €
Trojan Fund (Ireland)Flexible AllocationTroy Asset Management943 771 €
OPTIMIZE SICAV Europe ValueFlexible AllocationOptimize IP429 385 €
OPTIMIZE SICAV Global FlexibleFlexible AllocationOptimize IP421 782 €
M&G (Lux) Optimal Income FundFPCautious AllocationM&G127 407 €
Pictet-Multi Asset Global OpportunitiesFPCautious AllocationPictet AM83 822 €
DWS Concept KaldemorgenFPFlexible AllocationDWS15 739 €
Flossbach von Storch - Multi Asset - DefensiveCautious AllocationFlossbach von Storch14 733 €
Total geral8 352 701 €
Fonte: FundsPeople LAB e Morningstar. Dados a 31 de março de 2023.