No final de março de 2023, os fundos de pensões abertos portugueses contavam com mais de 3.485 milhões de euros sob gestão. Do total mencionado, a FundsPeople apurou que cerca de 56%, ou seja 1.962 milhões de euros, estão investidos em fundos de investimento ou ETF. Levanta-se a questão: em que produtos e em que entidades gestoras os fundos de pensões nacionais mais investem?

Os problemas com os atuais sistemas públicos de pensões são bastante conhecidos. Tal como uma esferográfica não funciona sem tinta, poupar para a reforma deixará de funcionar da maneira tradicional. Os fundos de pensões são a tinta para esta caneta. Surgem como solução para manter o poder de compra nos anos dourados.

O universo de fundos de pensões abertos tem, como consequência, crescido significativamente nos últimos anos. O valor de ativos sob gestão aumentou de pouco mais de 3 mil milhões de euros no final de 2020 para um total de quase 3,5 mil milhões no primeiro trimestre de 2023. Este segmento é, com certeza, um peso pesado do investimento institucional em Portugal.

É neste sentido que a FundsPeople colocou sob o microscópio as carteiras dos fundos de pensões abertos e compilou os fundos de terceiros que mais atraem o interesse dos gestores de fundos de pensões. Considerámos todos os fundos de pensões abertos nacionais – através dos dados de carteiras a final de março de 2023 – e reunimos todos os fundos de investimento com presença nas carteiras destes produtos, com o respetivo montante investido.

Os que mais atraem investimento

Ao analisarmos a tabela abaixo, onde estão representados os 50 fundos mais investidos pelos fundos de pensões nacionais, verificamos que estes agregam mais de 1.252 milhões de euros. Representam, desta forma, 64% do total em carteira dos fundos de pensões abertos. Já os três produtos com maior investimento somam 240 milhões de euros, ou seja, cerca de 12% do montante total investido.

O iShares Core MSCI Europe UCITS ETF, o iShares MSCI EMU ESG Screened UCITS ETF, sob alçada da iShares, e o Lyxor MSCI EMU ESG Broad CTB ETF, distribuído pela Amundi, são os três fundos preferidos pelos gestores nacionais. O primeiro, o ETF que acompanha o mercado acionista europeu, é o único fundo com um montante investido superior a 100 milhões de euros.

Para encontrar o primeiro fundo nacional na lista não temos que procurar muito. Em sétimo lugar está o Lusimovest, um fundo imobiliário nacional gerido pela Santander AM. O segundo fundo nacional, também ele um fundo de investimento imobiliário, surge na nona posição da lista. O Novimovest acumula quase 40 milhões dos ativos sob gestão dos fundos de pensões abertos nacionais. Na posição seguinte surge o primeiro fundo mobiliário nacional. Trata-se do NB Corporate Euro, gerido pela GNB Gestão de Ativos, e conta com quase 38 milhões de investimento captado.

Ainda no top 50, podemos observar uma disparidade no tipo de fundo de investimento utilizado. Metade do universo é constituído por fundos de investimento mobiliário abertos. Com uma importância acrescida, como vemos nas três primeiras posições da lista, surgem 20 instrumentos de gestão passiva. Por fim, os restantes cinco instrumentos são fundos de investimento fechados.

Os 50 fundos mais investidos pelos fundos de pensões nacionais

Entidades gestoras com mais montante investido  

Por sua vez, e pela análise até aqui feita, não será nenhuma surpresa que a entidade gestora internacional com maior montante investido seja a iShares. Tratam-se, mais concretamente, de 456,5 milhões de euros. Se juntarmos as duas provedores de instrumentos de gestão passiva mais representadas, estas perfazem um total de quase 800 milhões de euros, o equivalente a aproximadamente 41% do total captado por fundos de investimento.

Em terceiro e quarto lugar da tabela surgem, respetivamente, a Santander AM e a GNB Gestão de Ativos. As duas entidades nacionais reúnem 286 milhões do total investido por entidades gestoras de fundos de pensões abertos.

Para consultar a lista completa de fundos de fundos de investimento mobiliário presentes nas carteiras das seguradoras nacionais clique no seguinte link.