Cristina Brízido, CFA, CIO e administradora da Caixa Gestão de Ativos, recuou a 2005 para lembrar a primeira incursão da entidade no tema. “Nessa altura não se falava do E, do S e do G. Falava-se de preocupações ambientais, e de fundos temáticos, e nós lançámos o fundo Caixagest Energias Renováveis, que investia não só em projetos de private equity ligados a energias renováveis, solares e eólicas, como também no mercado de licenças de carbono”, iniciou.
2017, por sua vez, marcou a “saída da abordagem puramente temática. Fomos a primeira sociedade gestora nacional a lançar um fundo de investimento com a designação Socialmente Responsável. Foi um primeiro passo para sair da abordagem puramente temática, ligada ao ambiente, em direção a uma abordagem mais integrada de gestão”, explicou. O fundo aplicava um filtro positivo, e investia num universo de empresas previamente selecionadas. “Foi o nosso segundo milestone nesta área”, enfatizou. Com a mesma filosofia de investimento deste último, seguiu-se em 2019 o aparecimento de um produto de ações com a mesma filosofia, que veio complementar a oferta.
A aceleração no tema da sustentabilidade daí em diante foi enorme. “A aceleração extravasou o universo dos produtos e teve reflexos na sociedade gestora de forma transversal. Basicamente, todas as áreas se envolveram nesta temática da sustentabilidade”, pontualizou Cristina Brízido.
De 2018 a 2021 concebeu-se uma estratégia, bem como os passos a dar para estarem alinhados com as melhores práticas de sustentabilidade. Um dos grandes pilares definidos foi a formação das equipas. “Hoje em dia, na equipa de investimentos, temos um mix de certificações: pessoas que possuem a certificação CESGA, atribuída pela EFFAS, ou a Certificate in ESG Investing, do CFA Institute”, aponta a profissional. Enquanto parte integrante do grupo CGD, outros milestones foram sendo alcançados. “A adesão aos Princípios de Investimento Responsável (PRI), e depois, termos divulgado publicamente o nosso compromisso em matéria de integração dos fatores ESG na nossa atuação através da Política de Investimento Socialmente e da Política de Envolvimento”. Em termos de estrutura, a entidade conta também com um comité de sustentabilidade, que é responsável pela definição das políticas de sustentabilidade e que assegura o cumprimento das mesmas. “Passámos da incursão pela parte temática/ambiental, prosseguimos para o lançamento de um fundo com a designação Socialmente Responsável, e o futuro passa por uma atuação transversal da sociedade gestora em todos os fundos que gere”, referiu a CIO.
Nesse sentido, acredita que “a palavra sustentabilidade no nome dos fundos fez sentido num primeiro momento. Atualmente, “a quase totalidade dos fundos da nossa oferta já integra fatores ESG na sua gestão, estando o desafio na parte da oferta de fundos com ativos mais ilíquidos, como o é o caso do imobiliário”, concluiu.
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