Os últimos dois anos nos fundos de ações nacionais são positivos, embora se tenham passados alguns acontecimentos – tanto em Portugal como no mundo – que marcaram os últimos vinte e quatro meses. A Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – classifica como fundos de ações nacionais os produtos que “investem mais de 80% da carteira em acções emitidas por empresas portuguesas, sendo que os activos são exclusivamente denominados em euro”. Nestas condições a Associação contabiliza seis produtos.
Nos dois anos anteriores ao final do passado mês de outubro, as captações líquidas dos seis fundos que investem em ações nacionais são positivas, embora se situem pouco acima de um milhão de euros. Nesse mesmo período o fundo mais rentável, entre a meia dúzia, era o BPI Portugal. Sob responsabilidade da BPI Gestão de Activos, o fundo regista uma rendibilidade anualizada de 4,37% e tinha, no final de outubro, mais de 31 milhões de euros em património. Entre os maiores investimentos, encontramos um futuro sobre o PSI-20 e um fundo da mesma casa de investimento, no caso o BPI Monetário de Curto Prazo. Em termos de cotadas nacionais, aquelas com as posições maiores são a Sonae SGPS, a NOS e o BCP.
Com uma rendibilidade não muito longe figura o Millennium Acções Portugal. Este fundo, da Millennium Gestão de Activo s, é gerido por Nuno Marques e atinge ganhos de 4,21% nos últimos dois anos. No final do mês passado o seu património ascendia a 32 milhões de euros com as maiores posições em carteira a pertencerem à NOS, à Sonae SGPS, ao BCP e à Portucel, salientando-se ainda o investimento num futuro sobre o PSI-20. Na revista 10 publicada pela Funds People, o gestor do produto evidenciava alguns factores na hora de escolher uma empresa para a sua carteira, como por exemplo a “liquidez transacional e o free float”, além de outros factores de seleção, como as “especificidades operacionais de cada empresa que se refletem nos resultados”, e ainda a “qualidade do balanço”.
Acima de 3% figura ainda um outro produto. Trata-se do Banif Acções Portugal que é gerido pela Banif Gestão de Activos. O produto atinge uma rendibilidade de 3,30% nos últimos dois anos e o seu património é superior a cinco milhões de euros. Tal como nos fundos anteriores, o maior investimento é realizado num futuro sobre o PSI-20, enquanto nas cotadas com mais investimento encontramos a Sonae SGPS, a EDP Renováveis e a Altri.
Restantes abaixo de 2%
Os restantes três produtos registam rendibilidades abaixo de 2%. O fundo que fica mais próximo deste patamar é o Caixagest Acções Portugal. Gerido pela Caixagest o fundo no final de setembro tinha mais de 35 milhões e a sua rendibilidade no prazo em análise foi de 1,95%.
Já com 1,4% figura o NB Portugal Ações. Sob responsabilidade de José Valente da GNB Gestão de Ativos, o fundo no final de outubro tinha quase 11 milhões de euros em património. Segundo a ficha do produto, referente ao mês passado, foi a “exposição significativa a BCP, Portucel e Pharol” que ajudou o fundo a valorizar no mês passado. Já sobre as perspetivas, no mesmo documento, o gestor afirmava que “a nível interno o foco reside principalmente na incerteza política e na capacidade de entendimento entre os vários partidos o que poderá traduzir-se na probabilidade de novas eleições a meio de 2016”.
Por último surge o Santander Acções Portugal da Santander Asset Management. No período em análise a sua rendibilidade foi de 0,38%. Com mais de 100 milhões de euros, este é o maior fundo do segmento a que pertence.
Os fundos de ações nacionais com rendibilidade positiva nos últimos dois anos
Fundo | Gestora | Rendibilidade 2 anos (%) |
---|---|---|
BPI Portugal | BPI Gestão de Activos | 4,376 |
Millennium Acções Portugal | Millennium Gestão de Activos | 4,216 |
Banif Acções Portugal | Banif Gestão de Activos | 3,308 |
Caixagest Acções Portugal | Caixagest | 1,950 |
NB Portugal Ações | GNB Gestão de Ativos | 1,434 |
Santander Acções Portugal | Santander Asset Management | 0,387 |