Em 2023, beneficiou da sua sobreponderação a Taiwan, ao México e à Coreia do Sul, bem como a subponderação à China.
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Deixamos para trás um ano dececionante para os mercados emergentes ao nível do índice, mas, mesmo num ano negativo, há fundos que conseguiram brilhar. Um dos produtos da categoria Global Emerging Markets Equity em destaque nestes últimos meses é o Pacific North of South EM All Cap Equity Fund. Ao longo de 2023, o fundo da Pacific AM, distribuído na Península Ibérica pela Campion Capital, aumentou os seus ativos líquidos em 48%. Se a isto acrescentarmos a revalorização do valor patrimonial líquido (NAV), o crescimento total dos ativos totais do fundo encontra-se à volta dos 69%.
O que explica a boa rentabilidade de 2023?
Para a equipa gestora, estar menos limitada pelo índice de referência, ter um viés de qualidade, liberdade para investir em todo o espetro de capitalização de mercado e orientar-se pelo bottom-up, permitiu-lhes encontrar oportunidades de investimento que outros participantes no mercado ignoram. O fundo terminou o ano de 2023 entre os líderes da categoria Morningstar, com uma rentabilidade em euros de 17,7% para a Classe Z. Segundo explica a equipa gestora, a atribuição do excesso de rentabilidade em 2023 é aproximadamente 50/50 de seleção de valores face à alocação por países. Um comportamento alinhado com o histórico do fundo.
Este ano, em termos de alocação por países, a sobreponderação a Taiwan, ao México e à Coreia do Sul beneficiou a carteira, bem como a subponderação à China. Os mercados mais pequenos, como a Tailândia e a Grécia, também contribuíram positivamente.
De um ponto de vista específico de títulos concretos, os principais impulsionadores da rentabilidade em 2023 incluem as ideias de crescimento demográfico da Dubai EMAAR, EMPOWER e Air Arabia. No Brasil, deu-se uma enorme reviravolta em alguns títulos de menor capitalização, especialmente a YDUQS education, impulsionado pelas expetativas de reduções de taxas e pela aprovação da lei da reforma fiscal.
Em Taiwan, embora o North of South não ande atrás do êxito da IA, houve um punhado de títulos (Elite Materials, King Yuan, Alltop, ASE e mesmo a TSMC) a beneficiar do mesmo. “Curiosamente, até há pouco tempo, o título mais rentável da carteira este ano era um título energético argentino chamado Vista Energy”, destacam os gestores. No entanto, a equipa abandonou a posição no terceiro trimestre depois de ter tido um ótimo comportamento, e, nessa altura, mostraram-se cautelosos sobre o resultado das eleições.
Brasil e China, valorizações interessantes
O posicionamento do fundo baseia-se principalmente no seu modelo de custo de capital por país da equipa, dado que são investidores bottom-up nas valorizações. Este Cost of Capital Model próprio proporciona-lhes condições equitativas para comparar o atrativo dos preços e o poder dos lucros futuros das empresas.
O resultado natural desta abordagem é a equipa sentir-se atraída pelo investimento em mercados com yields de obrigações nacionais mais baixas e que são considerados menos arriscados. Dito isto, o Brasil foi um país persistentemente sobreponderado nos últimos tempos, apesar do seu maior custo de capital, graças às suas baixas valorizações.
Entretanto, a equipa está ativamente a estudar oportunidades na China. “Depois de mais de 18 meses de notícias negativas, o mercado está tão sobrevendido que existem oportunidades atrativas”, insistem. Num contexto histórico, o North of South tinha reduzido a sua subponderação de mais de 15% em 2019-2020 para −6% no início deste ano, e, agora, está quase alinhado com o índice.
Consistência em mercados emergentes
Mas os resultados de 2023 não são fruto de um ano de sorte. De facto, o Pacific North of South EM All Cap Equity Fund encontra-se no primeiro quartil da sua categoria tanto a cinco, como a três e um ano.
Na opinião dos gestores, as suas principais fontes de valor acrescentado são a experiência da equipa e a disciplina de valorização integrada no processo de investimento. Mais concretamente, o seu modelo de custo de capital patenteado, que lhes permite elaborar uma comparação transfronteiriça coerente dos títulos. “Ajuda a evitar pagar em excesso por títulos que podem estar a beneficiar de altas taxas de crescimento nominal em divisas débeis. Além disso, tem um viés de qualidade e uma forte disciplina de valorização para a seleção de títulos da equipa. Isto ajudou a reduzir a volatilidade, evitando que a equipa fosse arrastada por temas populares e pagasse demasiado por perspetivas de crescimento especulativo”, afirmam.
Além disso, a equipa centra-se num ponto sensível de média capitalização. A equipa tem a liberdade de investir em todo o espetro de capitalização do mercado, e utiliza a sua abordagem ativa e baseada em convicções para acrescentar valor através de desvios significativos em relação ao índice de referência. O processo da equipa costuma descobrir empresas com uma capitalização de mercado de entre 500 a 5.000 milhões de dólares, que têm negócios solidamente estabelecidos com um forte potencial de lucros futuros e uma boa liquidez, mas que, todavia, estão pouco analisadas pelo mercado.