Indústria e exportações vão ajudar a economia nacional a crescer em 2014, tal como o aumento da confiança e a melhoria da taxa de desemprego.
Portugal está em linha com o previsto, no que diz respeito à atividade económica. Este é o ponto principal do último Observatório Económico para Portugal realizado pelo BBVA.
A entidade, através da sua publicação, prevê que o PIB nacional cresça 0,2% no terceiro trimestre e que nos últimos seis meses do ano a economia seja sustentada por um aumento da procura interna. O crescimento do PIB português é justificado pelo aumento da indústria e das exportações “progridem positivamente”, enquanto a procura interna poderá ser sustentada com a evolução positiva da taxa de desemprego. "Prevemos um crescimento mais centrado na procura interna no segundo semestre do ano", sublinha a entidade.
Desemprego e confiança ajudam
O desempenho positivo em 2014 pode ser justificado pela taxa de desemprego e pela confiança dos consumidores. "Em geral, desde o início do ano que se nota um desempenho melhor do que o esperado dos fundamentos económicos internos, devido principalmente à evolução do desemprego e da confiança dos consumidores”, justifica o relatório. Já o consumo privado, “apesar de ter contraído no segundo trimestre, mantém uma tendência positiva em termos interanuais, e o sector público contribuirá menos negativamente para o crescimento do que em anos anteriores", continuam. "O dinamismo da procura interna deverá ter um impacto directo sobre o aumento das importações, o que acabará por limitar o contributo das exportações líquidas", sublinham os especialistas do BBVA.
Défice público próximo da meta
Segundo a entidade, o défice público vai ficar próximo da meta estabelecida em 4% para este ano. “Por um lado, a melhoria da procura interna e a evolução positiva do desemprego traduziram-se na obtenção de receitas fiscais superiores às inicialmente previstas. Por outro lado, as decisões de inconstitucionalidade relativas aos cortes salariais dos funcionários públicos aumentaram a despesa pública, deixando a previsão do défice para 2014 em 4,0% do PIB”, justificam.
Já sobre a dívida pública, o BBVA acredita que “até Junho de 2014, teria aumentado desde 128,9% do PIB em 2013 para 134% devido, entre outros factores, ao financiamento concedido pelo Estado às empresas de transporte e empréstimo efectuado pela banca ao Fundo de Resolução no âmbito do caso BES”. Ainda assim, o Governo liderado por Pedro Passos Coelho espera que no final do ano o valor não ultrapasse os 130,9% do PIB.