Plano de contingência das gestoras britânicas contra o Brexit

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Vasquez8101, flickr, Creative Commons

Dos mais de 2.500 fundos registados para venda em Portugal, cerca de 97 estão domiciliados no Reino Unido. Entre as entidades britânicas, a Columbia Threadneedle Investments e a M&G Investments são as casas que mais fundos com a marca britânica disponibilizam em território nacional: 45 e 37, respetivamente. (Veja a lista completa).

O PLANO DA COLUMBIA THREADNEEDLE INVESTMENTS. Desde 2009 a gestora conta com uma sicav luxumberguesa, e desde então tem vindo a criar fundos espelho da maioria dos produtos que têm domicílio britânico. “Quase todas as estratégias com domicílio no Reino Unido estão na sicav do Luxemburgo. Permanecem algumas, mas o objetivo é que no fim de contas todos estejam nessa mesma Sicav. Para entidades com 'músculo', como é o nosso caso, o Brexit não irá supor nenhum inconveniente, que vá mais além do custo envolvido no registo dos ISIN no Luxemburgo dos produtos que nos faltem. Embora falte conhecer qual será o veredito do regulador, o maior problema será para as boutiques que não disponham dos recursos suficientes para enfrentrar estes custos maiores”, explica Rubén García Páez, responsável da Columbia Threadneedle para Iberia e América Latina.

O PLANO DA M&G INVESTMENTS. Na gestora acreditam que é demasiado cedo para determinar que impacto terá o referendo na distribuição de fundos, já que é provável que o Reino Unido demore dois anos ou mais a sair da UE, sendo um processo que não se iniciará até que o Governo do Reino Unido ative o procedimento contemplado no artigo 50 do Tratado de Lisboa. “Entretanto, tudo continua igual”, afirma à Funds People Ignacio Rodríguez Añino, diretor de Vendas da M&G Investments para Portugal, Espanha e América Latina.    

Dito isto, na entidade realizaram um trabalho de planificação perante a possibilidade de que este desfecho aconteça. “Temos feito muitos avanços operativos de forma antecipar o que vai acontecer quando o Reino Unido sair definitivamente da UE. Já há um ano que estamos a trabalhar na ampliação dos nossos fundos domiciliados na Irlanda, e atualmente esta é a nossa principal opção para minimizar os transtornos dos nossos clientes, embora tenhamos outras opções. Também reforçaremos o nosso trabalho com os dirigentes políticos em Londres e Bruxelas para garantir toda a continuidade e as menores alterações possíveis para os investidores finais no Reino Unido e no resto da UE”, revela.