“Portugal continua a conseguir emitir a taxas quase de zero e com níveis de procura muito razoáveis”

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Di's Eyes, Flickr, Creative Commons

Portugal foi, novamente, aos mercados e conseguiu angariar 1.728 milhões de euros através de duas emissões: uma a seis meses e outra a doze meses. Na emissão mais curta, com o vencimento no próximo dia 23 de setembro, a taxa foi de 0,009% com a emissão a superar os 443 milhões de euros. Note-se que na última emissão equivalente a taxa de juro foi negativa.

No prazo de maturidade mais alargado, com vencimento a 17 de março do próximo ano, foram emitidos 1285 milhões de euros com a taxa de juro a ser de 0,05%. Em comparação com a última emissão, houve uma redução da taxa já dessa vez – em fevereiro passado – a taxa foi de 0,1%.

“Enquanto nos 12 meses o custo da nossa dívida  baixou ligeiramente, nos 6 meses subiu também muito pouco. Mas o essencial é que Portugal continua a conseguir emitir a taxas quase de zero e com níveis de procura muito razoáveis. Sempre que a República Portuguesa consiga fazer o rollover da dívida a taxas muito baixas é sempre de saudar. Emitir a taxas próximas de zero, para um país que tem problemas estruturais na sua economia é de aproveitar. Daí que se compreenda que o montante de dívida emitida até tenha sido superior ao previsto: foram recolhidos pelo IGCP  1728 milhões de euros, quando o objetivo era de até 150 milhões. Continuamos, é certo, a beneficiar da proteção do BCE quer agora, além de comprar divida soberana, passou a comprar também dívida de empresas não bancárias”, referiu Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa.