Nos dois leilões realizados na quarta-feira, de bilhetes do Tesouro a três e 12 meses, foi colocada a totalidade do montante previsto, 1,75 mil milhões de euros.
Os dois leilões de bilhetes do Tesouro realizados ontem pelo IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, não trouxeram surpresas ao mercado e o juro pago foi idêntico ao de emissões anteriores, com a maturidade a 12 meses a registar uma ligeira subida.
“Não se esperava surpresas e não as tivemos”, com as taxas a serem “muito semelhantes às dos leilões mais recentes e às praticadas no mercado secundário”, referiu Filipe Silva, da gestão de activos do Banco Carregosa.
Portugal colocou 250 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a três meses, a uma taxa de 0,743% (face a 0,757% a 20 de Março) e com a procura a ser 4,8 vezes a oferta; e 1,5 mil milhões de euros a 12 meses, com a taxa a situar-se em 1,394% (1,27% a 21 de Fevereiro) e a procura a ser o dobro da oferta.
De um modo genérico, a emissão foi “bem sucedida”, referiu Ricardo Almeida, da Patris Gestão de Activos, à Funds People Portugal, acrescentando que, apesar do aumento de 12 pontos base no leilão a 12 meses, a taxa manteve-se “próxima de níveis mínimos dos últimos três anos”.
Em termos de ‘bid-to-cover ratio’, a diminuição de 2,3 em Fevereiro para 2,1 para a emissão de ontem “também se enquadra no contexto de uma colocação normal”, disse ainda Ricardo Almeida, concluindo que, “pelo menos em emissões para prazos mais curtos, Portugal continua a ter acesso com relativa tranquilidade a financiamento via mercado”.
Estes foram os primeiros dois leilões de bilhetes do Tesouro do segundo trimestre, estando agendados mais dois, um para 15 de Maio e outro para 19 de Junho, de acordo com o calendário divulgado pelo IGCP.