Os fundos estrangeiros mais subscritos nas três plataformas nacionais em janeiro refletem a contínua procura por risco, bem como a reação dos investidores aos acontecimentos de mercado do início do ano.
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2015 iniciou-se no rumo do risco. Janeiro foi por isso um mês em que nas três plataformas nacionais, os fundos estrangeiros mais subscritos voltaram a refletir a vontade dos investidores de obterem alguma rentabilidade.
No Banco Best, Rui Castro Pacheco, head of asset management, explica que “este mês o top de compras tem a presença de sete fundos de ações, dois mistos e apenas um de obrigações”, tendo este sido “mais um mês de clara tendência “pró-risco”.
No caso do fundo de obrigações, diz, “é um fundo da Jupiter de gestão muito flexível que tem conseguido “percorrer” de forma muito interessante as várias fases do mercado e entregue uma performance muito razoável aos investidores, distribuindo rendimentos trimestrais”. Mais uma vez, a par do Banco BiG, ambas as plataformas voltaram a ter o fundo Nordea Stable Return em destaque, desta vez no mês de janeiro. “A abordagem flexível da sua estratégia tem feito com que esta solução tenha sido privilegiada pelos investidores que procuram, desta forma, equilibrar os riscos das suas carteiras”, explica Isabel Soares, gestora do produto no BiG, acerca do fundo.
Ainda no âmbito dos fundos mistos, Rui Castro Pacheco enumera outras presenças no ranking dos mais subscritos, nomeadamente “o MFS Global Total Return que tem conseguido um bom equilíbrio retorno/risco, atraindo assim os investidores que pretendem assumir parcialmente o risco dos mercados acionistas, mantendo ainda assim um perfil relativamente conservador na maior parte da carteira”.
Bolsa Europeia continua atrativa
Referindo-se aos eventos do início do ano, Isabel Soares lembra que “o anúncio do programa de quantitative easing pelo BCE foi um dos acontecimentos mais marcantes do primeiro mês do ano, impulsionando a performance da generalidade dos índices accionistas europeus que terminaram o período em terreno positivo (ainda que num cenário de elevada volatilidade)”. Precisamente no âmbito das ações, a profissional indica que “os fundos com exposição ao mercado accionista europeu parecem continuar a atrair investidores (neste segmento têm-se destacado os fundos Invesco Pan European Structured Equity e Pioneer European Potential)”.
No caso do Banco Best, “nos fundos de ações, o setor da Saúde continua bem representado pelos fundos Healthscience da BlackRock e o Biotechnology da Franklin Templeton”. O head of asset management explica que “este setor e nomeadamente estes fundos têm tido um forte desempenho nos últimos meses, atraindo investidores que acreditam na manutenção do bom momento deste setor”.
Nos produtos mais específicos em termos regionais Rui Castro Pacheco destaca a “aposta na Índia, com o fundo da Goldman Sachs, e no Japão, com cobertura cambial, com um fundo da Pictet”. Também em termos geográficos, o BiG destaca a Índia, através do fundo Franklin India, enquanto em termos sectoriais, na saúde sublinha os fundos BlackRock World Healthscience ou Fidelity Funds Healthcare.
No caso do ActivoBank, João Graça indica que o mês de janeiro fica marcado por dois grandes eventos: “a retirada do limite de paridade no EUR/CHF e o anúncio de lançamento do Quantitative Easing por parte do BCE”. Referindo que ambos tiveram um grande impacto nos movimentos realizados pelos investidores, explica que estes apostaram em fundos de ações globais, ações ou obrigações euro. Esclarece ainda que “o movimento de valorização do dólar face ao euro abriu também algumas oportunidades para melhorar o seu retorno e por isso temos visto alguns investidores a optar por fundos de ações Estados Unidos, genéricos ou setoriais, como o “healthcare” ou o “Consumer Industries””.
Também referenciando temas mais generalistas, como Europa, EUA e Global, Rui Castro Pacheco indica que se encontram a este nível “3 fundos já há algum tempo entre as preferências dos investidores”. “No caso dos EUA, a gestão da ClearBridge (grupo Legg Mason) continua a recompensar a preferência dos investidores, assim como acontece com a gestão “sem restrições” (unconstrained) da UBS relativa a ações de empresas europeias. Por último, o Invesco Global Structured Equity Fund que investe em ações de empresas com negócios bem estruturados, selecionadas globalmente pela equipa da Invesco e que também continua a proporcionar bons retornos aos seus investidores”, explica.
Alternativas aos depósitos
Em termos mais conservadores, Isabel Soares refere que “o fundo BNY Mellon Euroland Bond continua a assumir-se como uma das preferências dos investidores (como tem sido habitual há vários meses). A consistência dos resultados e a exposição a dívida periférica têm sido argumentos fundamentais para a captação de inflows”. Uma das tendências denotadas pela gestora de produto é ainda “a falta de atractividade de algumas soluções mais conservadores”, que “parece começar a pesar nas tendências observadas”. Neste sentido afirma que “os fundos de obrigações de curto prazo começam a assumir-se como uma alternativa aos depósitos a prazo para os clientes mais conservadores (exemplo disso é a presença do Pictet EUR Short Mid Term Bonds na lista de produtos mais subscritos)”. Refere ainda que “também os fundos de maior risco e com maior direccionalidade parecem beneficiar deste cenário de reduzidas taxas de juro”.
FUNDOS ESTRANGEIROS MAIS SUBSCRITOS EM JANEIRO
|
Banco BiG |
Banco Best |
ActivoBank |
1 |
Nordea 1 Stable Return Fund |
Nordea-1 Stable Return Fund E EUR |
BNY Mellon Long-Term Global Equity A |
2 |
BNY Mellon Euroland Bond P |
BlackRock Global Funds - World Healthscience E2 EUR |
JPM US Select Equity D |
3 |
Invesco Pan European Structured Equity |
MFS® Meridian Funds - Global Total Return Fund Class A1 EUR Acc |
UBS(LUX) SF Balanced (EUR) N Acc |
4 |
BlackRock World Healthscience Fund |
Franklin Biotechnology Discovery N Acc $ |
Fidelity Funds International EUR A |
5 |
Franklin India Fund |
Legg Mason ClearBridge US Aggressive Growth Fund Class A EUR Acc |
Parvest Bond Euro Government N |
6 |
Pictet EUR Short Mid Term Bonds |
UBS (Lux) Equity SICAV - European Opportunity Unconstrained (EUR) P-acc |
Parvest Money Market USD N |
7 |
Invesco Global Structured Equity Fund |
Goldman Sachs India Equity Port E Acc |
Franklin India N |
8 |
Pioneer Funds European Potential |
The Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond Class L EUR Q Inc |
Fidelity Global Consumer Industries A |
9 |
Fidelity Funds-Healthcare Fund |
Invesco Funds - Invesco Global Structured Equity Fund E |
Fidelity Funds Global Health Care E |
10 |
Schroders ISF Asian Equity Yield |
Pictet-Japan Index-R JPY |
UBS(Lux) EF Biotech (USD) P Acc |