Quais as gestoras com maior exposição a fundos nacionais e internacionais?

fundos de investimento etf gestão de ativos
Créditos: Chris Barbalis (Unsplash)

Os fundos de investimento são uma ferramenta importante para os gestores nacionais na gestão de fundos mobiliários. Basta vermos que os fundos multiativos portugueses (a classe de ativos que mais capta em território nacional) são geridos principalmente numa lógica de fundos de fundos. Por isso, seria interessante atualizarmos o cenário das gestoras de fundos com maior alocação a fundos de terceiros, uma vez que a última atualização foi já feita em janeiro de 2020.  

Se em janeiro do ano passado o mercado português de fundos mobiliários agregava um total de 13,2 mil milhões de euros de ativos sob gestão – dos quais 4,2 mil milhões estavam alocados a fundos de investimento –, agora dos 17,1 mil milhões que configuram este mercado, cerca de 4,9 mil milhões estão alocados a essas estratégias. Quer isto dizer que o mercado cresceu 31% desde janeiro de 2020 a junho de 2021. Por sua vez, os fundos mobiliários, que fazem parte deste total de ativos, cresceram 18% durante este período.

A sua representação no total de ativos sob gestão é agora de 29%. Um valor que representa um decréscimo de 3 pontos percentuais face a janeiro de 2020. Os produtos estrangeiros continuam a ser os mais representativos, sendo que, à semelhança de janeiro de 2020, do montante total (17,1 mil milhões), 95% continua alocado a fundos estrangeiros e apenas 5% em fundos nacionais.

O cenário por entidades gestoras

Ao nível de entidades gestoras, as casas que mais alocam a fundos de investimento de terceiros são a Caixa Gestão de Ativos, que detém mais de 2.030 milhões de euros nestes veículos de investimento, a IM Gestão de Ativos, com mais de 1.266 milhões, e a BPI Gestão de Ativos com 690 milhões. Desta forma, face a janeiro de 2020, este panorama alterou-se com a subida da BPI GA à terceira posição nesta análise.

Fonte: APFIPP

Já em termos do peso dos fundos de investimento no total de ativos sob gestão, o cenário muda de figura. Considerando esta métrica, é a Optimize Investment Partners que se destaca. Esta entidade detém mais de 57% do total de AuM em fundos geridos por terceiros. Mais especificamente, a Optimize IP verifica mais de 8,8% de peso em fundos nacionais e 48,5% em fundos estrangeiros. Assim, apesar de a entidade ter vindo a reduzir este valor desde dezembro de 2018, não deixa de verificar o lugar de topo nesta métrica.  

Em termos comparativos, a Caixa GA e IMGA, que eram as casas que em termos absolutos mais investiam em fundos, detêm 35,4% e 34,2% de peso, respetivamente.

Em termos de fundos nacionais, muitas foram as entidades gestoras nacionais que reduziram totalmente a sua exposição a estes produtos. Em sentido contrário, a Caixa GA aumentou ligeiramente.

Quem reduziu significativamente o peso de produtos internacionais no total de ativos sob gestão foi a Santander Asset Management. Em janeiro de 2020 esta entidade detinha 54,1% de investimento em fundos estrangeiros e em junho de 2021 verifica 22,4%. Em fundos nacionais, a SAM não apresenta valores à data em análise.  

Fonte: APFIPP