Qual o número de portugueses com mais de 1 milhão de dólares de património?

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757Live, Flickr, Creative Commons

O Credit Suisse Global Wealth Report volta, pela sexta vez, a concretizar um estudo alargado sobre a distribuição da riqueza em termos globais. A instituição financeira continua portanto a acreditar que “um retrato do património ao nível das regiões e dos rendimentos é essencial para a compreensão da criação de riqueza e, igualmente, para perceber quais as suas implicações no consumo, nas poupanças para a reforma e ainda na alocação de ativos”.

Se por um lado a concentração da riqueza continua a estar na Europa e nos EUA, por outro, o Credit Suisse assinala que “o crescimento de património nos mercados emergentes tem sido impressionante, o que inclui um crescimento para o quíntuplo da riqueza na China desde o início do século”.

Tendo em conta os países examinados pelo Global Wealth Report é detectada uma taxa média anual de crescimento real da riqueza de 2% desde o início do presente século. A China, no período em análise (de 2000 a 2015), encabeça precisamente a lista de países com a taxa média de crescimento de riqueza mais elevada, que ascende a 5,3%.

A este nível Portugal aparece na cauda do ranking. Desde o início do milénio até 2015, que Portugal apresenta uma queda no indicador referido de 0,4%, situando-se assim no top10 dos países com uma taxa média de crescimento da riqueza mais baixa no período. O nosso país apenas consegue suplantar nações como a Turquia, Grécia, Argentina ou Egito. No documento do Credit Suisse é referido que “a presença da Grécia, Países Baixos, Portugal e Espanha nas 10 piores performances do período sugere que a Zona Euro não se tem saído muito bem”.

Portugal no lote das perdas de capitalização de mercado

Ainda no que toca à ascensão da China – muito embora no relatório não esqueçam o período horribilis dos meses de verão – salienta-se que o país tem sido uma espécie de ‘outsider’ na evolução da capitalização de mercado, que praticamente cresceu 150% em 2015, até ao final do mês de junho. No que toca ao “lote” das perdas de valor bolsista, Portugal é um dos países citados, tal como o Brasil e a Noruega, rondando a “tríade” uma queda de cerca de 25% na capitalização bolsista dos seus mercados. Apenas a Grécia, e sem surpresas, ultrapassa este valor de queda, com uma contração de 55% no ano de 2015. Mais concretamente, de um ano para o outro, o nosso país perdeu 31% da sua capitalização de mercado, assinala o Credit Suisse.

Famílias portuguesas perdem riqueza no ano

Sem surpresas, na variação anual de 2014 para 2015, no que toca à riqueza das famílias, Portugal volta a constar da lista de países em terreno negativo. Embora fosse a Grécia o suspeito mais “provável” para liderar as perdas no campo da riqueza dos agregados familiares, a perda de 17% do país helénico aparece a meio da tabela, e “confunde-se” com a queda de outros países como Áustria, Finlândia, França, Itália e Portugal, e ainda – com quedas mais acentuadas – a Noruega, a Turquia e o Brasil.

51 mil portugueses com mais de 1 milhão de dólares

No que diz respeito à “fotografia geral” do nosso país no que toca à riqueza, há alguns dados específicos a apontar. Segundo o documento do Credit Suisse este ano Portugal contabiliza aproximadamente 1,2 milhões de pessoas adultas com mais de 100 mil dólares (o que representa 0,32.% da riqueza mundial), enquanto que com um património superior 1 milhão de dólares o número de adultos portugueses é de 51 mil (o que em termos mundiais representa 0,15% da riqueza). No patamar mais elevado de fortuna considerado pela Credit Suisse, ou seja superior a mil milhões de dólares, apenas são “detectadas” e citadas 3 pessoas.