Quanto representam os ETF sustentáveis dentro do universo de ETF?

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Créditos: Parrish Freeman (Unsplash)

A sustentabilidade tornou-se na grande tendência de investimento não só para os fundos tradicionais, mas também para fundos cotados. De facto, no primeiro trimestre do ano, os fluxos para ETF sustentáveis ascenderam a 43.800 milhões de dólares, mais de 50% do total de 2020 (81.900 milhões de dólares).

Mantém-se assim a tendência vista em 2020, quando em plena pandemia se viu um autêntico boom tanto nos ativos sob gestão como no número de ETF. Em concreto, segundo dados da TrackInsight, os ETF sustentáveis cresceram 14% até alcançar os 6.577 enquanto muitos ativos sob gestão subiram para 7,6 biliões de dólares. Isto foi muito influenciado pelos elevados números vistos no que se refere a fluxos. Até ao ponto de que 45% dos fluxos registados em ETF ficaram em produtos ESG.

Vendo semelhantes números poderíamos pensar que a vasta maioria dos ETF já investem com critérios sustentáveis, mas o certo é que não é assim e, de facto, chama à atenção que, segundo explicam na TrackInsight, “apesar do espetacular aumento do número de fundos e dos seus ativos, a proporção de ETF ESG no universo ETF continua a ser pequena, com pouco mais de 8% e 2%, respetivamente.

Um mercado eminentemente americano

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E isto foi também influenciado pelo facto de, ao contrário dos fundos tradicionais ESG que se desenvolveram sobretudo na Europa, no universo de ETF ESG são os EUA o principal mercado e o impulso da sustentabilidade da primeira economia do mundo não chegou até há pouco tempo.

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Em concreto, segundo explica o provedor, é na América do Norte onde se encontra tanto a maior oferta de fundos como os maiores ativos sob gestão. “A América do Norte representa uma parte muito maior do total de fundos, com 74%, face à Europa, com 17%, e aos países desenvolvidos da Ásia-Pacífico, com 7%”, afirmam na TrackInsight. Em património, 5,6 biliões de dólares dos 7,6 biliões estão na América do Norte, 73% do total. “A quota de ativos sob gestão da Europa é proporcionalmente menor devido à fragmentação geográfica do mercado europeu, na qual os provedores de fundos oferecem o mesmo produto em múltiplas bolsas. Além disso, o seu tratamento fiscal mais fragmentado e às vezes menos benéfico dos ETF poderá explicar ainda mais a diferença”, explicam.

Foram rentáveis?

No relatório também se destaca o comportamento que tiveram os fundos cotados sustentáveis nestes tempos de pandemia. E o resultado é muito promissor já que a rentabilidade média líquida a um ano foi de 15%, 6 pontos percentuais a mais do os ETF que não são ESG. Um número que cresce muito quando se analisam os ETF na zona da Ásia desenvolvida e não tanto no caso da América Latina, onde a oferta é muito limitada e, por isso, pouco representativa.

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