Que forma está a tomar a recuperação no mercado de obrigações?

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Andrea Sancho 25, Flickr, Creative Commons

Fala-se muito da forma que tomará a recuperação económica (V, U, W, L…) e também que, tendo em conta a rápida subida que estão a experimentar os preços dos ativos, os mercados financeiros estão a prever uma recuperação em forma de V. Não obstante, fala-se pouco de que nesta recuperação em V que parecem estar a prever os mercados existe uma importante dispersão ao nível de fluxos de fundos. Em obrigações isto é muito evidente.

“Enquanto os fundos de investment grade sofreram menos vendas em comparação com os de high yield, a sua recuperação também parece estar a ser mais lenta face à dívida high yield”, explicam do Bank of America-Merril Lynch. Ao mesmo tempo, as obrigações de mercados emergentes são o segmento que está mais atrasado face ao resto do mercado global de obrigações. “A recuperação é lenta, mas constante, devido ao facto de a intervenção dos bancos centrais estar em pleno apogeu”. Que o está a acontecer?

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Pela oitava semana consecutiva, os fundos de obrigações investment grade registaram entradas de dinheiro, fixando-se abaixo da média de oito semanas, situada em torno dos 4.000 milhões de dólares. As entradas de dinheiro em ETF de obrigações investment grade, que estão numa série de nove semanas consecutivas a ganhar, viram recentemente como o ritmo de captações se reduzia, indicam no Bank of America-Merrill Lynch. De onde continua a sair o dinheiro é dos fundos de obrigações a curto prazo investment grade, ainda que mostrem sinais de estabilização.

Os fundos high yield registaram outra semana de fortes fluxos de entrada, a nona consecutiva, com uma média de quase 2.000 milhões de dólares nas últimas três semanas. Ao examinar a repartição por domicílios, os fundos europeus, americanos e mundiais registaram grandes entradas na semana passada. O interesse dos investidores pela dívida de high yield parece estar a acelerar, com uma recuperação dos fluxos em forma de V.

No que respeita os fundos de dívida pública, na última semana registaram fluxos de saída, já que os investidores estão agora a mudar para os segmentos de mercado de obrigações que oferecem rentabilidades mais atrativas. Ao mesmo tempo, os monetários experimentaram entradas. Em geral, os produtos de obrigações desfrutaram da sua oitava semana consecutiva de entradas, o que destaca a contínua preferência dos investidores por obrigações. Na última semana, inclusive, as entradas alcançaram os fundos de dívida emergente, que registaram ligeiros fluxos positivos após uma semana de saídas.