A OPEP irá manter a sua produção, apesar do barril de Brent ter caído rapidamente até ao limiar dos 70 dólares. A Nordea analisa o impacto desta decisão.
Os países membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) reuniram-se na semana passada numa cimeira, com o intuito de determinar se tomavam ou não medidas para travar a queda dos preços do petróleo. A decisão adotada inspirou-se na famosa máxima do “laissez faire, laissez passer”, ou seja, na confiança de que o mercado se irá regular por si só. Assim resolveram manter a cota de produção de 30 milhões de barris ao dia. A resposta dos investidores não tardou, provocando uma fulminante correção do preço do brent, que desceu até próximo dos 71 dólares por barril.
“Uma queda dos preços do petróleo provocada pelo lado da oferta é positiva para o cenário de inflação no médio prazo”, entende Martin Enlud, chefe de análise da Nordea. Contudo, acrescenta que “isto pouco importa para os bancos centrais, cuja credibilidade está a ser colocada em causa. Aumenta sim os riscos para alguns dos bancos centrais já desafiados”. O analista recorda que o BCE e outras autoridades monetárias estão muito preocupadas com os efeitos secundários subjacentes à política de manter as taxas de juro baixas durante muito tempo, existindo um impacto direto nas moedas e na inflação.
O especialista avisa ainda que a evolução recente do preço do petróleo “pode desencadear em breve quedas substanciais na taxa de inflação dos EUA. Isto poderá dar lugar a especulações sobre um atraso na subidas das taxas pela Fed”. No entanto, o representante da Nordea acredita que os mandatos da Fed sugerem “contudo, que ainda existem razões suficientes para manter o plano em direção à normalização monetária”.