Como o seu próprio nome indica, o Polar Capital Asian Stars Fund procura os negócios estrela em ações da Ásia-Pacífico. E este fundo com Rating FundsPeople 2023 encontra-as seguindo um processo de três passos:
- Identificar áreas de crescimento.
- Dentro das mesmas, encontrar empresas com os melhores fatores de criação de valor económico acrescentado.
- Reunir esta análise num modelo de valorização do valor económico acrescentado para encontrar as empresas mais atrativas.
Fruto deste processo, o fundo, gerido por Jorry Noddekaer, costuma selecionar três tipos de empresas:
- Com poder de fixação de preços e escalabilidade no seu modelo de negócio para ter capacidade de gerar valor económico acrescentado em contextos macroeconómicos difíceis.
- Disruptores tecnológicos que podem tirar partido de mudanças estruturais.
- Negócios em áreas clássicas de crescimento, como a Índia ou o Vietname, onde os gestores veem uma tese a longo prazo para temas como a inclusão financeira e o consumo aspiracional.
É um processo de investimento concebido para se comportar bem no que a equipa gestora define como um novo regime económico. “Haverá voltas e ciclos no centro da curva de distribuição, com períodos de menor crescimento e outros de euforia, enquanto o mercado acredita que estamos num tradicional ciclo ascendente de crescimento”, explicam.
A equipa gestora considera que o seu processo de investimento se sairá muito bem neste novo regime económico, que esperam que dure a próxima década e mais além. Simplificando, veem um cenário complicado para as tradicionais ações value e/ou cíclicas. “A procura não será suficientemente forte para proporcionar poder de fixação de preços em relação à atual capacidade e às mudanças tecnológicas, e o dinheiro barato fará com que a oferta responda primeiro, limitando assim as oportunidades reais de valor económico acrescentado a mais longo prazo”, defendem.
A importância do Economic Value Added
Para a equipa gestora, o verdadeiro valor para o acionista advém da identificação do crescimento de uma empresa através do seu valor económico acrescentado (Economic Value Added ou EVA) que não está a ser valorizado pelo mercado. O EVA calcula-se analisando o ROIC que uma empresa gera em relação ao seu custo de capital. A equipa chega a analisar até 40 anos do histórico do perfil ROIC de uma empresa. “As empresas capazes de gerar consistentemente capital com retornos que excedam o seu custo são o que descrevemos como geradores sustentáveis de valor para o acionista”, explicam.
Este seu modelo EVA é um dos elementos diferenciadores do fundo, uma vez que pode ser aplicado a um amplo espetro de setores e países, o que lhes permitiu aceder a oportunidades em áreas como o setor de matérias-primas.
E, na sua opinião, um motor essencial dessa criação de EVA é determinado pelas oportunidades de crescimento da empresa, pela sua competitividade na indústria e, igualmente importante, pelo seu perfil ESG. “Vemos uma conexão forte e natural entre o crescimento do EVA de uma empresa e a sua sustentabilidade”, afirmam.
Mas este potencial valor económico acrescentado é gerado ao longo de todo um ciclo. É por isso que a abordagem dos gestores é de longo prazo, para aproveitar também os momentos em que o mercado subvaloriza este EVA.