“O Outlook para os mercados accionistas mantém-se positivo, embora numa conjuntura de maior volatilidade, crescimento económico moderado e taxas de juro muito baixas (ou negativas, no caso da Zona Euro)”, revela Raul Póvoa, da Invest Gestão de Activos, à Funds People. Por esse motivo, durante o mês de janeiro, os clientes da plataforma aproveitaram para reforçar ou entrar em fundos de ações.
“Notou-se uma menor aversão ao risco, com os clientes a preferirem fundos de ações temáticos”, refere o profissional. Nas preferências de janeiro estão também fundos de ações “que privilegiem títulos com elevados dividends yields” como é o caso dos fundos Schroder ISF – European Dividend Maximiser, Invesco Pan European Equity Income e Schroder ISF Global Dividend Maximizer.
Do top dos mais populares de janeiro, Raul Póvoa destaca ainda a presença de fundos mistos, como é o caso dos fundos Nordea Stable Return e Alves Ribeiro PPR.
Olhos postos nos EUA
O que se passa nos Estados Unidos continua um tema incontornável neste arranque de ano. Segundo Raul Póvoa, “os investidores mostraram-se apreensivos com as medidas de restrição à imigração”. Ainda no tópico dos EUA, alerta que “novos máximos foram atingidos em Wall Street, com o índice Dow Jones a ultrapassar a barreira dos 20.000 pontos.” Quanto ao Velho Continente, o profissional tece algumas considerações sobre o que se passa em Inglaterra: “O Supremo Tribunal decidiu que o Governo britânico terá de pedir a aprovação parlamentar para desencadear o processo de saída da União Europeia. Além disso, a Primeira-Ministra Theresa May fez o discurso acerca da saída do Reino Unido da União Europeia, onde deixou bem claro a saída do Mercado Único”.
Cá dentro
Quanto a Portugal, Raul Póvoa lembra que “a yield das obrigações do tesouro português (OT) a 10 anos ultrapassou a barreira dos 4% no início do ano, tendo terminado o mês com uma yield de 4,16%”. Destaque também para “o aumento significativo do prémio de risco da República Portuguesa, calculado como o diferencial entre a yield nacional e a alemã. Este spread alargou 20 pontos-base, passando dos 356 para 376 pontos-base. Verificou-se um movimento generalizado da subida das yields na Europa, que reflete a maior probabilidade de o Banco Central Europeu anunciar o início da redução do montante de compras mensais de dívida de longo prazo devido à melhoria das perspetivas para o crescimento na zona euro”.