Schroders compra Cazenove Capital por cerca de 500 milhões de euros

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A entidade britânica Schroders chegou a um acordo para comprar Cazenove Capital segundo anunciaram ontem os conselhos de ambas as empresas. O acordo de aquisição pressupõe uma valorização da gestora em 424 milhões de libras (496 milhões de euros). 

Em concreto, a aquisição custará um pouco mais de 460 milhões de euros, mais 34 milhões adicionais que a Schroders terá que dar fruto do custo futuro dos acordos diferidos com os accionistas empregados da Cazenove. O presidente da Cazenove Capital, David Mayh, recomendou aos accionistas que aceitam a operação segundo a qual receberam '135 pennies' (libras) por cada acção ordinária.

Dito acordo pressupõe o fortalecimento dos departamentos de banca privada, gestão de altos patrimónios e negócios de fundos de investimento da Schroders. Assim, os 20.120 milhões de euros de activos sob gestão da Cazenove aumentarão o volume gerido pela Schroders até 268.000 milhões, após somar cerca de 6.000 milhões da área de fundos de investimento e criar um negócio de banca privada e gestão de altos patrimónios de 33.200 milhões (dados do fecho do ano passado). Na passada sexta-feira, Schroders confirmou que se encontrava "em conversações" com a entidade para a sua aquisição.

Apesar da operação ainda estar sujeita a aprovação do regulador, ambas as empress já emitiram comunicados confirmando o acordo. Segundo essa informação, a actual gama de fundos e responsabilidades de gestão passarão a depender da Schroders, com as equipas de gestão em acções e obrigações europeias e britânicas, assim como a de "multigestão" e retorno absoluto integradas, no futuro, na equipa da entidade compradora. No comunicado, a Cazenove explica que a ideia é não existirem alterações no processo de investimento, nos objectivos dos produtos e da rendibilidade dos mesmos de forma a minimizar o impacto da operação nos seus clientes.

Na unidade de banca privada, a Schroders continuará a utilizar o nome da Cazenove. Além disso, o CEO da Cazenove, Andrew Ross, será responsável da banca privada da Schroders no Reino Unido, e reportará ao responsável de todo o negócio de banca privada do grupo, Philip Mallinckrodt.

“A compra cria uma entidade de banca privada e um negócio de gestão de altos patrimónios líder e independente com um talento adicional proveniente da Cazenove que complementa as estratégias em acções europeias e britânicas, "multigestão" e obrigações desenvolvidas na gestão de activos", comentou o CEO da Schroders, Michael Dobson, no comunicado emitido.

Apesar da integração das equipas de gestão e a preservação da marca Cazenove na banca privada, ambas as entidades reconhecem que existirão duplicidades nas infraestruturas e no negócio de distribuição de fundos que terão que ser eliminadas. "Existirão duplicidades de recursos em ambos os negócios", disse Cazenove no seu comunicado. De facto, a Schroders espera que a compra produza economias de escala (sobretudo através das infraestruturas de distribuição de fundos no Reino Unido) e estima sinergias entre os 12 e 15 milhões de libras (14 e 18 milhões de euros) de forma anual.