Tanto o CEO como o responsável de desenvolvimento de negócio da entidade na Península Ibérica destacam, em entrevista à Funds People, as valências na seleção de ações da entidade gestora francesa.
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Com a Torre Eiffel a espreitar de um lado e o Arco do Triunfo do outro, a sede e os escritórios da La Financière de l’Echiquier (LFDE) não poderiam estar melhor localizados em Paris, cidade à qual a entidade gestora francesa convidou a Funds People para uma visita, bem como para uma conversa com o recentemente nomeado CEO, Christophe Mianné, e o profissional que dá a cara pela entidade na Península Ibérica, Mathias Blandin. Christophe Mianné foi um dos fundadores da Lyxor depois de uma já longa carreira no grupo bancário francês Société Générale. Posteriormente integrou a Primonial que uniu forças com a LFDE em 2017, entidade que passou a liderar em 2018.
E Christophe Mianné é contundente na definição que faz da entidade que lidera: “O nosso expertise é a seleção de ações, e isso está no nosso ADN desde o início do projeto em 1991”. O profissional acredita que a entidade oferece o acesso a um conjunto de excelentes estratégias de ações. “A oferta de produtos de nicho como o fundo de Small & Mid Caps ou os fundos temáticos – como o de inteligência artificial, por exemplo – traz valor à nossa oferta. Somos gestores ativos, com convicções fortes e um conhecimento profundo das empresas nas quais investimos, pelo que, mesmo em classes de ativos com uma vasta oferta de produtos como as ações internacionais, os nossos fundos poderão ser uma opção interessante”, comenta.
Relativamente à estratégia da entidade para a Península Ibérica, o CEO da LFDE fez questão de aumentar a proximidade da entidade com os seus clientes através da abertura de um escritório em Madrid. Esse escritório será a base de operações de Mathias Blandin, responsável de desenvolvimento de negócio para Portugal e Espanha. “Queremos estar presentes com um escritório na Península Ibérica para conseguirmos ser mais ativos e estar mais presentes. Também para que essa presença não seja apenas focada em Madrid e estarmos mais próximos de outras regiões espanholas, Andorra e Portugal. A ideia é focar nos produtos que mostram as nossas maiores valências, como as estratégia de ações europeias mid-cap, ou as de ações internacionais e growth e progressivamente ir aumentando a presença da nossa marca. Não queremos estar em todo o lado. Somos uma boutique pequena, mas temos orgulho de o ser e as nossas estratégias resistiram muito bem a este ano”, comenta Christophe Mianné. “Em Espanha temos alguns clientes institucionais e queremos expandir significativamente essa base de negócio”, acrescenta.
Mercado português
A La Financière de l'Echiquier começou a mostrar interesse no mercado português em 2017. Segundo Mathias Blandin o mercado português foi, para a entidade, “um passo lógico no plano de crescimento europeu orquestrado pela empresa. O mercado português é extremamente profissional e muito concentrado, pelo que a ideia passa pelo enfoque de desenvolvimento de negócio em instituições bancárias e operadores independentes como Family Offices e semelhantes. Optámos por focar a nossa abordagem ao mercado nos fundos de equity, muito embora tenha visto recentemente um grande interesse em obrigações convertíveis, fruto das vicissitudes do mercado atualmente. Os clientes querem tirar partido do potencial de mercado com a proteção que o bond floor proporciona. As obrigações convertíveis encaixam que nem uma luva”, comenta o responsável pelo negócio na Península Ibérica.
O próximo passo? “O registo dos nossos fundos, o qual está em processo neste preciso momento. Esperamos que esteja concluído o mais brevemente possível para podermos proporcionar oportunidades de investimento aos nossos novos clientes portugueses”, comenta. E relativamente aos clientes portugueses, Mathias Blandin faz um elogio. “Recomendamos sempre aos investidores que invistam no longo-prazo, especialmente quando falamos dos fundos de ações, a classe de ativos onde somos especialistas. Mas em Portugal isso não é difícil de explicar. Vejo que os clientes portugueses compreendem bem o racional do investimento a longo-prazo e não se deixam assustar pelo stress dos mercados”.
A gestão de ativos de amanhã
De olhos no futuro, como qualquer CEO deve estar, Chritophe Mianné tem em vista uma maior presença de estratégias quantitativas na oferta de produtos da entidade. “A nossa ideia não é tornarmo-nos numa gestora ‘quant’ nem entrar no concentrado mercado de ETFs, mas acreditamos que podemos adicionar valor em estratégias quantitativas de small caps, por exemplo, para alargar o espectro da nossa oferta. A ideia é de que a gestão de ativos de amanhã será mais quantitativa, embora também fundamental”, conclui.