"Existem provas de uma desaceleração no crescimento global, repetindo-se o padrão que temos visto nos últimos anos em que um sólido início do ano se desvanece na Primavera. Os mercados accionistas globais reagiram negativamente à desaceleração no passado e poderá acontecer o mesmo este ano, embora grande parte do ‘rally’ foi liderada por acções defensivas mais que acções cíclicas sensíveis ao crescimento", assegura Keith Wade, economista-chefe da Schroders .
Num relatório no qual analisa se, como em anos anteriores, o padrão de um início de ano com subidas nos mercados e o consequente desvanecer na Primavera será repetido, dando sentido à tradicional expressão do ‘sell in May and go away’, Keith Wade indica que, se observarmos os sectores que estiveram por detrás do ‘rally’ do mercado, é óbvio que foi a procura por rendibilidade e não as expectativas de um maior crescimento global o principal catalisador dessas subidas.
Para a valorização de 9% registada pelo S&P 500 em 2013 contribuíram vários sectores. O da saúde subiu 19%, o consumo básico 17% e 'utilities' 16%. Estes sectores defensivos são comprados pelos seus dividendos sustentáveis e a sua relativa independência do ciclo económico. Pelo contrário, aqueles que pior desempenho tiveram são os sectores cíclicos: tecnologia, energia e materiais. "Com isso em mente, as medidas de flexibilização quantitativa anunciadas no Japão, em conjunto com as dos Estados Unidos, estão a impulsionar a recuperação do mercado, com os investidores a procurarem acções que se pareçam com obrigações".
Segundo explica o economista-chefe da Schroders, "um abrandamento do crescimento poderá dar sentido ao ditado ‘sell in May and go away', mas se esse abrandamento levar a maiores expectativas quanto a um aumento de medidas de flexibilização ou a outras acções por parte dos bancos centrais, 2013 poderá ser uma mudança na tendência vivida nos últimos anos e o ‘rally’ dos mercados accionistas poderá continuar".