Portugal pagou uma taxa mais baixa que há um mês, e inferior à de Espanha, na emissão de bilhetes do Tesouro (BT) realizada ontem, resultado encarado como um sinal que os investidores estão menos receosos em relação à situação país.
No leilão, Portugal conseguiu colocar o montante máximo previsto, dois mil milhões de euros, em duas emissões: uma de BT a seis meses, de 750 milhões de euros e cuja taxa média ponderada foi de 2,292% (o que compara com 2,653%, no passado dia 6 de Junho); e outra de BT a um ano, de 1,25 mil milhões, e em que a taxa foi de 3,505% (contra 3,834% em Junho). No primeiro caso, a procura excedeu a oferta em 3,8 vezes e, no segundo, em 2,4 vezes.
“Os investidores olham para Portugal com menos receio exigindo taxas mais baixas e ignoram de certa forma o que se passa com Espanha”, refere Filipe Silva, director da gestão de activos do banco Carregosa, lembrando que, na terça-feira, o governo espanhol emitiu bilhetes de tesouro a 12 meses “com uma taxa de 3,918%, taxa bem superior à conseguida hoje para o mesmo vencimento”.
Numa análise aos resultados destes dois leilões, Filipe Silva, salientou ainda que, “esta descida de taxas vem acompanhar todo o movimento que a dívida portuguesa, soberana e ‘corporate’, tem feito nos últimos meses”.
O próximo leilão, em que Portugal vai tentar colocar entre 1,5 e 1,75 mil milhões de euros, em bilhetes do Tesouro a seis e a 18 meses, está agendado para o dia 19 de Setembro, de acordo com informação no site do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP).