A República Portuguesa voltou aos mercados com um leilão de Obrigações do Tesouro com maturidades a cinco e a dez anos, verificando-se uma queda da taxa no prazo mais curto e uma subida no prazo mais longo.
Com o objetivo de recolher entre 750 milhões e mil milhões de euros, a República Portuguesa voltou aos mercados com um novo leilão de Obrigações do Tesouro com maturidades a cinco e a dez anos. Terminado o leilão, o objetivo máximo foi cumprido, tendo sido colocados mil milhões de euros – 328 milhões de euros no prazo mais curto e 672 milhões de euros no prazo mais longo.
As taxas, por sua vez, seguiram caminhos opostos. Assim, a cinco anos a taxa foi positiva e fixou-se nos 0,647% - que compara com a taxa de 0,746% registada no leilão realizado em junho passado – com a procura a ser 3,76 vezes superior à oferta. A dez anos, por outro lado, a taxa foi de 1,85%, tendo subido em comparação com o último leilão comparável (no qual se fixou nos 1,727%). A procura, por seu turno, foi 2,32 vezes superior à oferta.
Para Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, o “aumento significativo na procura dos investidores, sobretudo na emissão com prazo mais curto” deverá estar relacionado com o facto de “apenas a Itália e a Grécia pagarem mais que Portugal para obter financiamento”. Quanto às taxas, o profissional acredita que estas saíram em linha com o que se esperava, tendo descido ligeiramente a cinco anos e subido ligeiramente a dez anos, uma vez que “em julho houve uma subida pontual nas taxas”.
Por outro lado, a principal conclusão a retirar desta emissão, segundo Filipe Silva, “é que Portugal está a conseguir emitir dívida longa a taxas cada vez mais afastadas dos 2%”, algo que considera muito benéfico para a redução do custo médio de toda a dívida. Destaca, por fim, que o bom desempenho da economia portuguesa tem impedido que o prémio de risco suba.