Um olhar sobre o valor investido pelos fundos nacionais nos títulos do PSI 20, e os principais acontecimentos que marcaram as cotadas preferidas destes veículos, nos três primeiros meses de 2015.
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Foram os melhores três meses do PSI-20 desde 1998. A bolsa nacional no primeiro trimestre do ano cresceu quase 25% e o índice nacional terminou março nos 5.968,53 pontos, embora bem longe dos valores homólogos.
Os fundos nacionais que investem nas cotadas portuguesas têm sido claramente ‘empurrados’ e beneficiados pela boa performance da praça nacional, como se tem vindo a verificar nas diversas análises de performance dos produtos (para ler mais, consulte aqui e aqui).
Após um verão quente em que a bolsa nacional foi o reflexo dos piores momentos protagonizados por determinadas cotadas, o PSI-20 entrou – aparentemente – num novo advento, que coincidiu com o início do ano.
Analisando os dados publicados pela CMVM referentes aos três primeiros meses de 2015, denota-se um aumento significativo no investimento que os fundos mobiliários concretizaram em ações nacionais. Se em janeiro estes veículos investiam 245,2 milhões de euros nas cotadas portuguesas, em março esse valor tinha avançado para muito perto dos 280 milhões de euros.
Sonae SGPS e BCP: uma fotografia do período
Na ‘guerra’ de cotadas que mais encheram as medidas aos fundos nacionais, janeiro, fevereiro e março apresentaram algumas mudanças. Em janeiro e fevereiro a Sonae SGPS foi a cotada preferida dos fundos portugueses e, consequentemente, aquela que mais dinheiro arrecadou por parte destes veículos.
Em janeiro a retalhista perfazia 10,7% do total das carteiras dos fundos mobiliários, e assistia a um investimento de 26,3 milhões de euros protagonizado por estes produtos. No mês seguinte, embora com menor preponderância nas carteiras dos fundos (10,3%), a Sonae SGPS somava 27,9 milhões de euros provenientes destas estratégias. Recentemente a empresa deu a conhecer os seus resultados relativos ao ano de 2014, no qual registou um resultado líquido de 144 milhões de euros. Os números foram apresentados pouco tempo antes de se ficar a conhecer uma das mudanças mais importantes no rumo do grupo Sonae: no final de março passado Belmiro de Azevedo abandonou os cargos de direção que ocupava, passando a esses lugares a pertencer ao filho, Paulo Azevedo.
Em março, último mês do trimestre, o BCP voltou à mó de cima, que é como quem diz ao topo das preferências das gestoras. A cotada financeira arrecadava no final do mês em questão 32,8 milhões de euros de investidos pelos fundos, ocupando uma fatia de quase 12% na globalidade das carteiras. Recorde-se que os títulos do Banco têm sido dos mais impulsionadores da Bolsa nacional nos últimos tempos e, mais recentemente, o bom desempenho das ações do banco reflete a operação de troca de dívida da instituição.
Os atores secundários
Outras cotadas cuja importância também importa realçar nos fundos nacionais são a Zon Multimédia, os CTT Correios de Portugal e a NOS SGPS.
Como se pode verificar nos quadros abaixo, os títulos de cada uma destas empresas estiveram igualmente em destaque no primeiro trimestre de 2015 quando se analisa o investimento levado a cabo pelas gestoras de ativos nos seus produtos.
Valor investido pelos fundos mobiliários portugueses em ações nacionais
Ações | Janeiro | ||
---|---|---|---|
Valor (10^6) | % | Var. Mensal | |
SONAE SGPS | 26,3 | 10,7% | 9,0% |
ZON MULTIMÉDIA | 22,3 | 9,1% | 7,0% |
BCP | 21,8 | 8,9% | -2,1% |
CTT CORREIOS DE PORTUGAL | 19,8 | 8,1% | 17,4% |
GALP | 16,5 | 6,7% | 16,0% |
EDP RENOVÁVEIS | 14,1 | 5,7% | 6,1% |
ALTRI, SGPS | 12,8 | 5,2% | |
BANCO BPI | 12,3 | 5,0% | -18,0% |
PORTUCEL | 9,9 | 4,0% | 52,6% |
P. TELECOM, SGPS | 9 | 3,7% | -6,8% |
Sub-total | 164,7 | 67,2% | 6,8% |
Outras | 80,4 | 32,8% | 3,5% |
Total Ações Nacionais | 245,2 | 100,0% | 5,7% |
Ações | Fevereiro | ||
---|---|---|---|
Valor (10^6) | % | Var. Mensal | |
SONAE SGPS | 27,9 | 10,3% | 6,3% |
BCP | 27,8 | 10,3% | 27,6% |
CTT CORREIOS DE PORTUGAL | 21,5 | 7,9% | 8,8% |
ZON MULTIMÉDIA | 21,1 | 7,8% | -5,5% |
BANCO BPI | 16,9 | 6,2% | 37,8% |
GALP | 14,8 | 5,5% | -10,2% |
EDP RENOVÁVEIS | 14,2 | 5,2% | 0,7% |
SEMAPA, SGPS | 13,5 | 5,0% | 54,6% |
ALTRI, SGPS | 13,1 | 4,8% | 2,3% |
P. TELECOM, SGPS | 10,7 | 3,9% | 18,3% |
Sub-total | 181,6 | 66,9% | 11,0% |
Outras | 89,8 | 33,1% | 10,1% |
TOTAL Ações Nacionais | 271,4 | 100,0% | 10,7% |
Ações | Março | ||
---|---|---|---|
Valor (10^6) | % | Var. Mensal | |
BCP | 32,8 | 11,8% | 18,0% |
SONAE SGPS | 30,9 | 11,1% | 10,7% |
NOS SGPS, SA | 23,9 | 8,6% | 13,4% |
BANCO BPI | 20,1 | 7,2% | 18,5% |
CTT CORREIOS DE PORTUGAL | 17,1 | 6,2% | -20,6% |
SEMAPA, SGPS | 14,9 | 5,4% | 10,2% |
EDP RENOVÁVEIS | 14,1 | 5,1% | -0,4% |
ALTRI, SGPS | 12,9 | 4,7% | -1,3% |
GALP | 11,6 | 4,2% | -21,4% |
PORTUCEL | 11,0 | 3,9% | 10,0% |
Sub-total | 189,4 | 68,3% | 4,7% |
Outras | 88,1 | 31,7% | -2,7% |
TOTAL Ações Nacionais | 277,4 | 100,0% | 2,2% |