Três políticas da nova estratégia de financiamento sustentável que afetam a indústria de fundos

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Créditos: David von Diemar (Unsplash)

Embora a regulação de investimento sustentável já seja uma realidade, apenas se trata de um primeiro passo para a indústria. A Comissão Europeia publicou o seu recente relatório com a nova estratégia de financiamento sustentável. O novo Sustainable Finance Strategy é um pacote de propostas de medidas destinadas a melhorar o fluxo de capital com o objetivo de financiar a transição para uma economia sustentável. Também inclui uma série de políticas que, na opinião da EFAMA, afetarão positivamente a indústria de gestão de ativos.

“Apesar de a UE ter estabelecido muitos blocos de construção inovadores para as finanças sustentáveis desde 2018, a informação ESG é insuficiente do lado das empresas”, afirma Naïm Abou-Jaoudé, presidente da EFAMA. Na sua opinião, a falta de transparência nas classificações ESG e uma taxonomia da UE incompleta inibem o potencial do total do mercado. Agora vê que a estratégia nova está a abordar legitimamente estas lacunas políticas e deve garantir que funcione em harmonia com os instrumentos políticos existentes.

Três políticas de financiamento sustentável

- Melhorar a fiabilidade e comparabilidade das classificações ESG. As classificações ESG por vezes sofrem viés, correlações débeis, falta de transparência na metodologia e possíveis conflitos de interesse, detetam na EFAMA. Veem necessário um enquadramento regulatório para as classificações ESG. Assim vão melhorar a fiabilidade e a precisão, baseando-se na informação da empresa divulgada sob a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) e disponível sob o Ponto de Acesso Único Europeu. Dito enquadramento contribuirá para uma compreensão comum do desempenho ESG das empresas por parte dos utilizadores da informação.

- Assegurar uma integração consistente da perspetiva da dupla materialidade. Os standards de relatórios de sustentabilidade obrigatórios da UE devem proporcionar informação da empresa relativamente a todas as métricas de sustentabilidade incluídas nos critérios de seleção da taxonomia e os indicadores de impacto adverso principal da SFDR. Isto é essencial para que as gestoras tomem decisões informadas sobre investimentos sustentáveis e cumpram devidamente com as suas próprias obrigações legais. Ao mesmo tempo, a EFAMA acolhe com satisfação a ambição de elevado nível da Comissão em desenvolver normas harmonizadas de informação ESG global.

- Finalização, ampliação e colocação em funcionamento da taxonomia da EU. Como base para a comparabilidade nas finanças sustentáveis, a EFAMA apoia as intenções da Comissão de completar a taxonomia climática. O relatório propõe critérios de seleção para quatro objetivos ambientais restantes, adotar uma taxonomia social e considerar expandir a taxonomia às atividades económicas em transição. “Qualquer atraso adicional neste fluxo de trabalho deve evitar-se devido aos seus efeitos prejudiciais sobre a representatividade e precisão das divulgações”, defende a EFAMA. Valorizam o anúncio da Comissão na estratégia para proporcionar ferramentas de informação taxonómica e serviços de assessoria às empresas, especialmente às PME.