Tudo sobre o PIMCO GIS Income: filosofia, posicionamento e estratégia do fundo que mais está na moda na Europa

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Cedida

O PIMCO GIS Income é o fundo europeu que está na moda na Europa. Javier Sáenz de Cenzano, diretor de análise da Morningstar para a EMEA, distinguiu-o na entrega de prémios celebrada pela empresa de análise como “o fundo que teve o crescimento mais rápido em toda a história europeia, com fluxos de entrada líquidos postivos de mais de 40.000 milhões de euros”. Lançado em novembro de 2012, em apenas cinco anos de vida, este produto da PIMCO conseguiu posicionar-se como o fundo com mais património da Europa, com mais de 60.000 milhões em ativos mas só isso não é importante: os seus gestores, Daniel Ivascyn (à direita na imagem) e Alfred Murata, conseguiram neste período não apenas ganhar o favoritismo dos selecionadores (conta com a classificação de Favorito dos Analistas e Blockbuster da Funds People) mas também fazer uma gestão muito diligente, conseguindo gerar uma rentabilidade anualizada desde o seu lançamento de 7,12%, com uma qualidade média da carteira de A- e uma duração de 2,8 anos. O fundo é, para além disso, um produto Consistente da Funds People, o que o coloca na lista dos  9 fundos que disfrutam do selo Funds People com a tripla classificação.

O PIMCO GIS Income é um fundo de gestão flexível de obrigações com o objetivo de preservação do capital. Ivascyn e Murata entendem os rendimentos do PIMCO GIS com um objetivo muito claro: maximizar a geração de income, maximizar a apreciação do capital e preservar o capital sobre um ciclo económico. Procuram isto mas respeitando certos limites. Por exemplo, a exposição a high yield pode oscilar entre 0% e 50%, a emergentes de 0% a 20% e empréstimos bancários de 0% a 10%. No que respeita à duração, esta pode mover-se dentro de uma raio que vai dos zero aos oito anos, enquanto o período de duração dos spreads de crédito é mais amplo (dos zero aos dez anos). Em finais de janeiro, o fundo tinha uma duração de 2,82 anos com uma qualidade de crédito média de A- e uma rentabilidade na maturidade em euros de 2,55%.

Posicionamento e estratégia ao detalhe

Ivascyn e Murata destacam a importância de ter uma carteira equilibrada como no PIMCO Income, sobretudo num momento de subida das taxas das obrigações de tesouro americanas a dez anos. Atualmente, estão muito investidos em floating rate notes (40% da carteira). De seguida, detalhamos pormenorizadamente o posicionamento e estratégia atual do fundo:

Estratégias de taxas de juro: o fundo continua posicionado em países de alta qualidade, como a Austrália. “Continuamos concentrados no meio da curva da taxa, onde vemos oportunidades mais interessantes. Em janeiro, incrementámos a posição em duração norte-americana, já que as taxas continuam a ajustar-se em alta. Consideramos que depois de janeiro as taxas norte-americanas são mais atrativas em comparação com outros tipos de mercados. Nos Estados Unidos, estamos curtos na parte curta e na parte longa da curva e longos no meio”, explicam.

Dívida hipotecária: na PIMCO continuam positivos em relação às não-agências (25,6% a finais de janeiro de 2018), ao entender que oferecem rendimentos atrativos e uma maior proteção face a perdas do crédito tradicional com a mesma qualidade. “Continuamos a manter posicionamentos seletivos em algumas obrigações de titularização hipotecária emitidas por agências, já que o sector oferece uma proteção pela contração dos spreads”, revelam. Em obrigações de titularização de ativos (ABS), na gestora acreditam que estes ativos são uma fonte atrativa de alta qualidade, pelo que mantinham 2% a finais de janeiro. “Preferimos os valores apoiados pelo governo com bons fundamentais técnicos a longo prazo (oferta/procura) assim como empréstimos a estudantes e alguns pessoais”.

CMBS / Crédito corporativo com grau de investimento: os gestores continuam a favorecer os investimentos de alta qualidade, os sectores com pouca exposição a incumprimentos, tais como o crédito investment grade e as obrigações de titularização hipotecária sobre imóveis comerciais (CMBS). No que respeita ao crédito com grau de investimento, o fundo procura oportunidades de investimento em títulos que sejam cotados com descontos atrativos, incluídas emissões financeiras e dívida bancária.

High yield: estão muito seletivos em dívida de high yield, onde – segundo explicam – “não vale tudo”. O fundo tinha 18,1% em high yield a finais de janeiro de 2018, e preferem derivados de crédito (HY CDX) “devido ao seu perfil de liquidez mais atrativo: mais liquidez igual a mais volatilidade”.

Mercados emergentes: atualmente, 17,4% da carteira está em mercados emergentes. “O fundo propõe-se a manter a exposição em dívida soberana e obrigações quase soberanas de uma seleção de países sólidos e com balanços de qualidade, como México, Brasil e Rússia. Também mantemos uma exposição moderada a taxas locais de mercados emergentes, especialmente no México, como fontes de diversificação da duração com um carry atrativo”.

Divisas: tal como indicam, as posições em divisas continuam baixas. “O fundo mantém uma posição sobreponderada ao dólar australiano e ao yen, moeda que continua submetida a pressão devido às políticas ativos do seu banco central. Também mantém uma exposição longa (ainda que pequena) a um pacote de divisas emergentes para aumentar a diversificação”.

Liquidez: o fundo mantém uma posição estratégica à liquidez (efetivo e valores do tesouro a curto prazo) com o objetivo de manter um elevado nível global de liquidez na carteira e oferecer mais flexibilidade para aproveitar as possíveis oportunidades de utilizar o capital de maneira oportunista.