O UBAM - 30 Global Leaders Equity conta com Rating FundsPeople pela sua boa relação entre risco e retorno. Para Martin Moeller, cogestor do UBAM 30 Global Leaders, uma razão importante dessa boa relação é não gastarem tempo a pensar em qual será a grande temática do ano.
“Naturalmente, em momentos como o boom da pandemia ou o impulso da inteligência artificial generativa, analisámos o impacto que poderá ter nas empresas que temos em carteira, mas não procuramos seguir a próxima grande temática”, afirma. Assim, no fundo, há apenas entre duas a cinco alterações à carteira por ano. Até agora este ano, só rodaram duas posições de um total de 30 nomes que compõem sempre o portefólio.
Crescimento constante de lucros
Em contrapartida, o motor do fundo da UBP continua a ser a criação de valor económico por parte das empresas, pela qual o UBAM - 30 Global Leaders Equity se tem destacado. “A longo prazo, o crescimento dos lucros por ação da carteira tem sido de 10% anuais, enquanto o índice geral tem tido anos de lucros negativos como 2020 e 2023”, afirma Martin Moeller.
Na sua opinião, a diferença em relação a outros profissionais é que há demasiadas pessoas na indústria financeira dependentes dos resultados trimestrais, pensando sobre quais poderão surpreender para o bem ou para o mal. “Nós pensamos em como será a geração de lucros daqui a cinco anos, não daqui a cinco meses”, afirma. Por isso, o gestor não se preocupa com o facto de o PER médio da carteira estar atualmente acima da média do mercado.
A concorrência como indicador-chave
“A primeira coisa que questiono ao analisar uma empresa é como está a concorrência no seu setor ou na sua indústria”, conta Martin Moeller. Para uma análise a longo prazo, como a que a equipa gestora realiza, é um dos indicadores mais relevantes. A concorrência que uma empresa terá de enfrentar no final marca a diferença na sua sobrevivência, por melhor que seja o ponto de partida.
O gestor dá como exemplo a transformação que o setor automóvel sofreu. “Nos anos 50, os vencedores eram as empresas de carros norte-americanas, depois, nos anos 60, chegaram os carros europeus e montaram as suas fábricas locais; nos anos 80 foram os japoneses, e nos anos 90, os sul-coreanos”, conta.
A regulamentação, as cadeias de abastecimento e a disrupção tecnológica também são fatores relevantes, mas para Martin Moeller, tudo volta a estar relacionado com a concorrência. “O governo pode implementar uma regulamentação mais branda para debilitar um monopólio. Mesmo em casos de desaparecimento, como o da Kodak, no final, tratou-se de uma história em que a tecnologia de um concorrente que lhe roubou a quota de mercado”, acrescenta.
Há gestores que dão ênfase à força de uma marca como um medidor da solidez de um negócio. Para o gestor, uma marca forte é uma condição necessária, mas não a única a ter para gerar lucros. “Nem todas as grandes marcas vão gerar um fluxo de caixa forte”, afirma, dando como exemplo a Mercedes face à Louis Vuitton.