Último triénio nos fundos de investimento alternativo

Os Fundos de Investimento Alternativo (FIA) são fundos não harmonizados onde se excluem os fundos com garantia de capital e os produtos estruturados. Em termos oficiais, para a Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), são produtos “constituídos sem observância das regras definidas no Título III do Regime Jurídico dos OIC aprovado pelo Decreto-Lei n.º 63-A/2013, de 10 de Maio".

Nestas condições, no final do mês de setembro, existiam duas dezenas de produtos. Observando as rendibilidades dos cinco produtos mais rentáveis no último triénio, verificamos que a Caixagest coloca quatro produtos no top5. O 'suspeito' que falta pertence à GNB Gestão de Ativos.

Caixagest domina em toda a linha

O FIA mais rentável é, também, o único produto que supera a barreira dos 10% de rendibilidade. No período em análise a sua valorização é de 10,42% e denomina-se de Caixagest Infraestruturas. O fundo investe no sector das infraestruturas e tem sido, de forma recorrente, dos melhores fundos do mercado nacional. Por exemplo, é o fundo mais rentável do mercado português em 2015, juntamente com o Caixagest Private Equity. Este produto é o segundo FIA com maior subida nos últimos três anos, com uma valorização anualizada de 9,78%. O fundo investe no sector do capital de risco e detém, em carteira, posições das maiores empresas do ramo da Península Ibérica.

Os outros dois fundos da Caixagest na lista dos cinco mais rentáveis são os: Caixagest Imobilário Internacional e ainda o Caixagest Oportunidades. O primeiro com uma rendibilidade de 4,97% e o segundo com 3,55%.

O ‘intruso’ nesta lista é o NB Rendimento Plus. Com uma rendibilidade de 6,46%, o fundo gerido por João Zorro da GNB Gestão de Ativos investe em obrigações, com as maiores posições em carteira a irem para dívida soberana de países como Itália, Portugal, Irlanda e Chipre. Ainda assim, em setembro passado, o que ajudou o fundo foi o “peso mais elevado da componente liquidez”, segundo se pode ler no relatório publicado pela gestora. Em termos de perspetivas, o gestor sublinha que “a falta da liquidez presente nos mercados tem sido determinante para a adoção de uma postura de gestão a mais médio prazo. Nestas condições, foi prejudicial ao fundo estar limitado pelas condições geradas no curto prazo. O objetivo tem de ser o de garantir um retorno acima da média (comparados com outros produtos de poupança tradicionais) no horizonte de 2 a 3 anos, fazendo uma seleção rigorosa dos créditos e procurar oportunidades. A volatilidade está para continuar, tornando as perspetivas de retorno no curto prazo incertas. No médio e longo prazo, os retornos são substancialmente melhorados pela existência daquela volatilidade.” Recorde-se que produto foi galardoado nos últimos Morningstar Awards, na qualidade de Melhor Fundo Nacional de Obrigações Euro, prémio que recebeu pela segunda vez consecutiva.

Acima da linha de água de 1%

Dos restantes produtos com rendibilidades positivas nos últimos três anos, cinco conseguem ter uma evolução entre 1% e 2%. Com 1,95% surge o NB Liquidez que faz parte dos fundos geridos pela GNB Gestão de Ativos, juntamente com o NB Rendimento que regista uma subida de 1,57%. Já da Banif Gestão de Activos figura o Banif Ásia com ganhos de 1,78% enquanto os dois restantes são geridos pela Millennium Gestão de Activos: o Millennium Extra Tesouraria II e o Millennium Extra Tesouraria III. Os dois fundos apresentam rendibilidades muito próximas, já que o primeiro atinge 1,07% e o segundo 1,05%.

Os fundos alternativos com rendibilidades positivas no último triénio

^{Fonte: APFIPP no final de setembro}