Produto direcionado ao mass-market, envelope fiscal ou apenas um produto complexo? No Banco Best a abordagem feita ao Unit-linked (UL) é simples. “Temos várias soluções de investimento que propõem a utilização do Unit-linked para maximizar a rendibilidade final dos investimentos, especialmente no âmbito fiscal”, explica Rui Castro Pacheco, subdiretor da área de investimentos da instituição.
O serviço de gestão de carteiras da entidade é um dos que beneficia deste produto na forma de “envelope fiscal”. “Neste serviço gerimos cinco estratégias de gestão para vários perfis de investimento, dentro de cinco carteiras de UL de forma a garantir a sua eficiência de gestão”, explica o especialista. A subscrição inicial nestes casos é de 25.000 euros, e nos cinco perfis encontramos uma divisão: “existem três perfis mais conservadores geridos em conjunto com a ESAF, que têm alguns investimentos diretos e investimentos indiretos” e “dois perfis mais dinâmicos geridos em parceria com o Espírito Santo Investment Bank, de onde faz parte essencialmente investimento direto”.
Alternativas à la carte
Para além deste serviço que a entidade disponibiliza, existem também soluções para subscrição direta por parte dos clientes do Best, que abrangem essencialmente duas vertentes. O UL Escolha Livre (exemplo e caso único na indústria) - cuja subscrição pode ser feita a partir dos 5.000 euros – é um “seguro que dá acesso direto a mais de 100 fundos de investimento internacionais, em que o cliente escolhe os fundos e montantes a subscrever, podendo efetuar alterações na composição da carteira do Unit-linked sempre que pretender”, diz Rui Castro Pacheco, que explica que “apesar de não haver intervenção do Best neste âmbito, existem as nossas carteiras recomendadas de fundos que servem como guia de investimento para os clientes”. Os cerca de uma centena de fundos oferecidos neste Unit-linked são “periodicamente revistos, e a sua listagem é atualizada com os “melhores fundos de cada segmento ou categoria de mercado”.
A outra vertente são os Unit-linked “taxa garantida”, que se apresentam como “soluções periódicas de várias seguradoras com quem trabalhamos (BES Vida e Eurovida), que emitem um Unit-linked com taxas de remuneração asseguradas para determinados prazos”. Segundo o subdiretor da área de investimentos da instituição, estes são produtos comercializados por “campanha”, normalmente durante um mês, e cujas “carteiras são constituídas por obrigações mantidas até à maturidade”.
Quão complexo?
Inegável é o facto de que as vantagens fiscais são o principal atrativo deste produto, e Rui Castro Pacheco explica que também a este nível existem duas vertentes. A primeira é de que “qualquer ganho vai sendo sempre acumulado no UL, pelo que todos os ganhos podem ser capitalizados e apenas o ganho global de todos os investimentos é tributado no final como rendimento”. A outra vertente são os investimentos superiores a 5 anos (e um dia) que “passam a ter uma retenção de 22,4%, enquanto investimentos superiores a 8 anos (e um dia) atingem o máximo de eficiência fiscal e apenas têm retenção de 11,2% sobre o rendimento”.
Na perspetiva do subdiretor de investimentos do Banco Best poderá ser algo “perigoso” chamar o Unit-linked de produto complexo, principalmente para a perspetiva dos clientes. “Dando um UL acesso a produtos harmonizados, talvez seja exagerado esta designação”, refere, acrescentando que esta menção talvez fosse apropriada se dentro dos UL estivessem PFCs (produtos financeiros complexos). “No entanto, se tal acontecesse, isto exigiria que houvesse por parte do regulador a iniciativa de criação de uma sub-classe dentro dos produtos financeiros complexos. Isto talvez fosse acrescentar ainda mais confusão para o cliente/investidor final”, refere.