Update da gama GS Core Equity da Goldman: cinco tendências detetadas em 2021 e como se puseram em prática

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Créditos: Tamanna Rumee (Unsplash)

2021 foi um bom ano para os fundos GS CORE® Equity da Goldman Sachs AM. É a gama que compreende os fundos com Rating FundsPeople GS Emerging Markets Core Equity, GS Europe CORE Equity, GS Global CORE Equity e GS US CORE Equity. Embora 2020 tenha sido um ano mais polarizado, onde o futuro das empresas dependia de se beneficiavam ou não dos confinamentos, em 2021 a poeira assentou e permitiu ver melhor algumas tendências interessantes no mercado. Isto ajudou todos os fundos da gama a bater os seus índices.

Temática 1: Disrupção na cadeia de fornecimento marítimo

Um contribuidor importante para a rentabilidade foi a sobreponderação a empresas do setor marítimo. Durante a primeira metade de 2021 os custos de envio por mar tocaram máximos de muitos anos. Ilustra-o bem o gráfico do Baltric Dry Index, o índice que recolhe os preços de transporte de mercadorias em bruto via mar. Estamos perante uma subida de 146% neste período. Gerou-se a tempestade perfeita: o boom da procura do consumidor, a subida dos preços das matérias primas e a congestão nos portos marítimos acrescentaram uma pressão maior à já ajustada cadeia de fornecimento global.

Fonte: GSAM

A outra face da moeda é que a subida nos custos de shipping resultou em maiores lucros para as empresas marítimas. O processo de investimento CORE identificou com antecedência esta escassez, e elegeram nomes atrativos no setor, a partir do ponto de vista fundamental.

No entanto, desde que alcançou máximos no passado 6 de outubro, o Baltic Dry Index sofreu uma correção importante. Corresponde a uma menor procura por embarcações em todos os segmentos. Por isso, a equipa cortou a sua sobreponderação ao setor marítimo em todas as carteiras.

Temática 2: mudanças na regulação chinesa

Geograficamente, a China foi o país que mais contribuiu para as carteiras da gama CORE Equity. E a exposição a esta região jogou-se de distintas maneiras ao longo de 2021. No verão do ano passado o governo chinês implementou duras mudanças na regulação de setores como a tecnologia, o imobiliário ou a educação privada. Isto desencadeou correções de duplo dígito nas companhias das indústrias afetadas. Mas inclusive antes desta mudança regulatória, o modelo CORE já tinha detetado uma debilidade nestas áreas, pelo que a carteira do GS Emerging Markets CORE Equity Portfolio, por exemplo, estava subponderada a estes setores.

Contudo, na última semana de agosto, algumas tecnológicas chinesas e empresas relacionadas com os setores de consumo discricionário e comunicações assistiram a uma ligeira recuperação, depois de uma maior clareza no horizonte regulatório, assim como uma boa temporada de resultados. A subponderação a este nicho penalizou brevemente a estratégia, mas o pilar Themes & Trends adaptou-se rapidamente à mudança na dinâmica e a carteira incrementou o seu peso em nomes selecionados.

O contrário aconteceu no setor imobiliário chinês. A estratégia já estava subponderada no setor desde o final do primeiro trimestre e no início do verão o sentimento continuou a deteriorar-se. Essa visão negativa do alpha graças a sinais demonstrados pelo pilar Themes & Trends levou-os a subponderar a Evergrande, o que acabou por ser um plus para o retorno da carteira.

Temática 3: a corrida pela vacinação

Apesar do tom geral dos mercados ter sido positivo graças ao arranque da campanha de vacinação nos países desenvolvidos, o sentimento mês a mês foi flutuando. Ou seja, a nível de posicionamento foi chave ir jogando com a exposição à temática do confinamento/reabertura ao longo do ano. Vemo-lo com detalhe no gráfico seguinte:

Fonte: GSAM

Por exemplo, no final do primeiro trimestre a velocidade de vacinação começou a dececionar, o que foi um catalisador para os setores vencedores do fecho da economia. Desta forma, no verão, o auge da variante Delta afetou diversas economias consoante o seu grau de vacinação. De forma similar, no inverno a variante Omicron gerou um sentimento negativo primeiramente, e depois um alívio depois das notícias da sua menor gravidade.

Temática 4: mudança na dinâmica growth/value

2021 foi um regresso aos fundamentais. Nos últimos anos o estilo growth dominou as tabelas de rentabilidade e captações em comparação com o value. E, na opinião da equipa quantitativa da Goldman Sachs, desde o quarto trimestre de 2018 essa predileção passou a ser uma exuberância extrema. O capital fluiu para nomes que mostrassem qualquer sinal de crescimento, independentemente das expetativas sobre o mesmo ou do prémio que se teria de pagar por ele. "Acreditamos que isto se deveu principalmente à incerteza sobre o crescimento económico geral", explicam.

Isto mudou em 2021. Os investidores começaram a esperar que o mundo reabrisse à medida que as vacinas estivessem mais disponíveis. Por isso, estavam a posicionar-se para uma recuperação. Nesse contexto, os investidores preferiram empresas de maior qualidade que tivessem fontes sustentáveis de lucros que pudessem bater no longo prazo. Também se tornaram mais conscientes das valorizações das ações nas quais estavam a investir, reduzindo o prémio que estavam dispostos a pagar pelo crescimento. Na opinião da equipa, esta tendência manter-se-á em 2022.

Temática 5: um regresso aos fundamentais em small caps

Na gestão do segmento de pequena capitalização, foi chave apostar em empresas com fundamentais sólidos. O modelo CORE Equity favoreceu nomes com qualidade de gestão, balanços de elevada qualidade e menos expostos a mudanças regulatórias. E estes foram precisamente os nomes que beneficaram em 2021, enquanto que as empresas que tendem a experimentar níveis mais elevados de volatilidade se viram desafiadas.