O Allianz Cyber Security, fundo com Rating FundsPeople 2024, tem vindo a olhar cada vez mais para as empresas que investem em cloud. A equipa gestora acompanha cada vez mais empresas de mercados privados, caso estas passem a negociar em bolsa no futuro.
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Numa altura em que muito se ouve falar sobre tecnologia, mais concretamente sobre Inteligência Artificial, a Allianz Global Investors trouxe a Lisboa insights sobre o espaço que a cibersegurança tem como tema de investimento, dentro da grande variedade de sub-temáticas que a tecnologia nos apresenta. Erik Swords, gestor líder do Allianz Cyber Security, fundo com Rating FundsPeople em 2024, começou a sua intervenção por lembrar que o cibercrime é um dos riscos mais proeminentes atualmente. A transição que se está a fazer dentro da cloud, por outro lado, apresenta-se como um grande vento favorável para a indústria de segurança.
“O uso da cloud em 2019 tinha uma penetração de 10%. A verdade é que parece que já se percorreu um caminho longo nesta área, mas esperamos que só se chegue a uma penetração de 50% desta tecnologia em 2030”, começou por antecipar o especialista. Neste sentido, o especialista frisa que a cibersegurança é um dos temas - um dos poucos dentro da tecnologia - que tem muitos pontos a seu favor, pois existe “muito tempo diante de nós” para o seu desenvolvimento.
Segundo os dados da gestora e da robusta equipa que gere o produto, uma empresa típica de tecnologia acaba por gastar cerca de 3 a 4% do seu orçamento em cloud para investir em cibersegurança. “Esse número está a crescer e vai continuar a crescer. Temos mesmo a convicção de que irá duplicar quando chegarmos a 2030”, atesta Erik Swords. Na altura, prevê, estas empresas gastarão aproximadamente 6 a 8% do seu orçamento em cloud para cibersegurança, o que, nas contas do profissional, “acabará por criar entre 3 e 100 mil milhões de dólares de oportunidades de receita incrementais para as empresas de cibersegurança”.
São números sobre os quais o especialista alerta existir pouca consciência do mercado. “Este é um trabalho proprietário que temos vindo a fazer com algumas das empresas que temos estado a cobrir no nosso portefólio. E penso que isso é uma dimensão nova que acresce a este tema, e que não está a ser totalmente entendida pelo mercado, nomeadamente a oportunidade que isto realmente significa”. Genericamente, o profissional espera que a indústria de cibersegurança cresça a uma taxa entre 12 e 13%, “em comparação, claro, com outras áreas da tecnologia”. Apenas uma outra área tem sobre si a expetativa de crescimento acima dos dois dígitos: a Inteligência Artificial.
Foco nos players mais puros
O Allianz Cyber Security, fundo com Rating FundsPeople, investe, naturalmente, numa variada gama de soluções dentro da cibersegurança, e a cloud é uma delas. O portefólio apresenta atualmente 41 ações, sendo o contacto com as empresas uma das vertentes mais importantes, pois numa base trimestral a equipa encontra-se pelo menos uma vez com cada uma das empresas.
Embora o foco da equipa gestora seja nos players mais puros, Erik Swords admite que as linhas que definem essa pureza se têm esbatido ao longo dos últimos anos. “Temos visto várias empresas de infraestruturas a tornarem-se empresas de cibersegurança e o contrário também. O nosso universo de investimento é composto por 215 empresas cotadas, e apenas 25% delas são players puros, com 100% das suas receitas a virem desse setor”, comenta.
O gestor revela também o quanto as empresas de mercados privados têm ganho tração neste setor, e a sua eventual importância no portefólio, no futuro, caso passem a negociar em bolsa. Em 2023 eram cerca de 50, mas um certo “congelamento” do mercado de capitais nesse ano fez com que esse número passasse para o dobro. “Temos 100 empresas privadas dentro do universo da cibersegurança que acompanhamos”, afirma o especialista.
Mega caps ou moderar a capitalização de mercado?
Uma das curiosidades que Erik Swords mais reporta tem que ver com a prevalência de mega caps em carteira. “Neste portefólio, as empresas com capitalização de mercado acima de 100 mil milhões de dólares são apenas 28%, o que é relativamente baixo. As duas empresas das Sete Magníficas que temos em carteira são a Microsoft e a Amazon. Ambas têm negócios de cibersegurança muito bem pensados. No caso da Microsoft é uma empresa moderada, para nós, em termos de pureza e, por isso, representa 3,5% da carteira”, explica.
Baixar na capitalização de mercado das empresas que entram em carteira tem sido, na verdade, um dos objetivos da equipa, e “uma das grandes mudanças” que fizeram na última metade do ano. Por duas razões, dizem. “A primeira delas tem que ver com o facto de querermos ter exposição a diferentes tipos de empresa, o que, na maioria dos casos, são players puros e, por vezes, com tecnologias de ponta. A segunda razão tem que ver com a oportunidade que isso nos deu de percebermos como é que podemos colocar esses novos negócios no portefólio sem nos colocarmos em risco, ou seja, sem perdermos de vista o que para nós é importante em termos de materialidade”, reforçou.