Update do BNP Paribas Funds Aqua: ventos favoráveis e nova procura no tema da água

calma decrescimo tranquilidade negativa
Créditos: Andraz Lazi (Unsplash)

A água rodeia-nos mais do que podemos imaginar. É um elemento fundamental para a nutrição humana, mas é também uma peça-chave na cadeia de produção de várias indústrias. Da produção de cerveja aos microchips, passando pela irrigação agrícola e o desenvolvimento de produtos farmacêuticos. E é precisamente este tema que o BNP Paribas Funds Aqua procura capturar. 

Apesar do boom nos temáticos ESG ter diminuído, o mesmo não aconteceu com os ventos favoráveis que a equipa gestora detetou há oito anos, quando lançou o fundo. “O tema continua relevante”, afirma Víctor Benavides, especialista de carteira do fundo. Cada vez mais empresas procuram soluções para problemas cruciais, como as secas ou alterações climáticas. Além disso, o próprio consumidor está a gerar uma nova procura. “Há apenas alguns anos, as bebidas vegetais eram um nicho e hoje são toda uma indústria que requer quantidades significativas de água para a sua produção”, afirma. E em países emergentes as mudanças sociais, como a migração, estão a aumentar a necessidade de água potável. Por sua vez, a regulação continua a avançar.

O que esperar do BNP Paribas Funds Aqua

O fundo tem uma carteira de empresas que oferecem soluções ao longo de toda a cadeia de produção da água. A pureza do tema é elevada: só podem entrar na carteira empresas com pelo menos 20% das vendas geradas pela sua exposição à água. E a realidade é que, atualmente, as vendas médias relacionadas com a água representam 54,54% dos negócios em carteira. É um universo amplo, afirma Víctor Benavides, que já tem mais de 300 nomes na sua lista de empresas aprovadas. E o mais importante, é um universo em crescimento.

Para além do universo próprio, a equipa gestora mostra uma predileção por negócios de qualidade. “Procuramos empresas cujos lucros não dependem do ciclo económico e que, além disso, tenham capacidade de fixação de preços. Assim, as empresas em carteira são normalmente provedores essenciais para os seus clientes”, afirma Víctor Benavides.

Na opinião do especialista, essa preferência por negócios de qualidade é o que explica o facto do fundo ter caído menos em comparação com outros fundos temáticos ESG. “Não estivemos expostos aos grandes nomes de ultracrescimento”, garante. Não obstante, o fundo não se livrou da correção generalizada das ações no ano passado. “A parte boa é que as valorizações se normalizaram. Em 2021, estavam a ser negociadas a 24 vezes lucros e hoje estão de volta à sua média histórica de 19 vezes”, afirma.

Vieses e preferências

Além da análise fundamental e ESG, o processo de investimento também tem uma camada macro e análise de clusters, uma vez que a equipa gestora tem o cuidado de não concentrar a carteira numa indústria ou setor concreto e de estar equilibrada quanto a cíclicos e defensivos. Dito isto, o fundo, pela natureza do tema, tem um viés para empresas de média capitalização e cotadas em países desenvolvidos. “Mas a exposição geográfica esconde a realidade. E a realidade é que 15% das vendas das empresas em carteira são geradas em países emergentes”, explica o especialista.

O fundo é gerido pela Impax AM, uma boutique especializada detida pela BNP Paribas AM desde 2007. A entidade gere cinco estratégias temáticas para a BNP Paribas AM, entre eles o BNP Paribas Climate Impact com Rating FundsPeople 2023.