A gigante da gestão passiva torna-se o primeiro grupo americano a confirmar a sua postura relativamente à normativa. A decisão poderá gerar custos de até 100 milhões de dólares por ano.
A entrada em vigor da MiFID II está cada vez mais perto e, à medida que se aproxima, vão surgindo mais declarações públicas por parte das gestoras de fundos sobre a forma como acomodam esta nova norma. A mais recente decisão foi protagonizada pela Vanguard: segundo afirma o jornal diário Financial Times, o pioneiro da gestão passiva comunicou que não irá transferir para os seus clientes os custos derivados da análise externa, um dos pontos que inclui a MiFID II. Segundo cálculos preliminares, esta decisão custará à Vanguard cerca de 100 milhões de dólares por ano.
Importa recordar que um dos eixos da segunda parte da normativa MiFID é a melhoria da transparência dos custos, incluindo o princípio de melhor execução (os gestores serão obrigados a apresentar aos seus investidores orçamentos que revelem com clareza os gastos derivados da pesquisa), que afeta diretamente os gestores de fundos. Assim, uma das mudanças mais importantes será a separação da análise de pagamentos da execução das transações de compra/venda, também conhecido como unbundling.
Nos últimos meses, o grupo de gestoras que confirmaram que assumiram estes custos tem sido constante; entre elas constam nomes como Aberdeen, M&G Investments ou Jupiter. A novidade neste caso é que a Vanguard se tornou na primeira gestora americana a dar o primeiro passo para adaptar o seu negócio europeu ao desafio da MiFID II.