“A confiança na Europa está a permitir que os investidores comecem a gastar mais dinheiro”

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Cedida

A Europa tem sido ultimamente sinónimo de recuperação, e Paul Shutes, client portfolio manager de European Equities da J.P. Morgan Asset Management acrescenta também a palavra “confiança” a este cenário.
 
De visita a Lisboa, o especialista da entidade compartilhou ideias sobre as perspetivas para o mercado europeu. “Todos os indicadores apontam para uma recuperação da atividade económica”, disse, acrescentando que “a confiança na Europa está a permitir que os consumidores comecem a gastar mais”. Ainda que Shutes veja um crescimento consolidado no velho continente, na sua opinião este incremento continuará baixo.
 
Um dos fundos estrela da casa, e que deu o mote para a apresentação levada a cabo por Paul Shutes, foi o Europe Equity Plus Fund, que conta com a gestão de Michael Barakos e Nicholas Horne, respetivamente diretor de investimentos na área de ações e head of research, na entidade. Com uma forte performance entre todos os congéneres da gama da gestora, o profissional destacou a boa oportunidade que a atual conjuntura oferece ao produto em termos de gestão ativa.
 
Importância das posições curtas

Sendo um fundo que apresenta uma “abordagem long/short natural”, destaca-se um importante uso das posições curtas como proteção e diversificação, mas também ao nível dos ganhos de dinheiro conseguidos com essas mesmas posições. “Aproximadamente 20% do orçamento de risco da carteira é proveniente das posições curtas, que conseguem oferecer cerca de 30% de rentabilidade”, disse. Para Paul Shutes nesta estratégia é essencial “conseguirem fazer mais dinheiro mesmo em maus momentos de mercado, ‘shortando’ algumas posições”. Analisando a contribuição para o retorno, é visível um aumento da ajuda dada pelas posições curtas. Para o especialista o mais importante é mesmo “identificar onde é que o investimento está ou não a funcionar”.
 
Três pilares chave da carteira
 
Na equação do fundo existem três pilares fundamentaisa atratividade das valorizações, a qualidade da empresa e, por fim, o momento de mercado. “São poucas as ações que conseguem obedecer a estes três critérios ao mesmo tempo”, por isso, o profissional acrescentou que “o essencial é saber traduzir estes factores na carteira, reduzindo de forma incisiva o risco”.
 
Outro aspecto sublinhado por Paul Shutes na apresentação foi a elevada diversificação do produto que utiliza muito mais empresas e com um índice de concentração menor do que outros fundos da mesma categoria. Além disso, para conseguir o alpha, que se situava nos 7,7% a três anos e 7,9% a cinco anos, usa muito pouco tracking error (3,7% e 4,0%) para o information ratio registado nesses horizontes temporais (2,1 e 2,0). Isto coloca o fundo no primeiro decil da sua categoria Morningstar a três e cinco anos.
 
Em conclusão, sublinhou também que “neste fundo o importante não é saber se se está investido na periferia europeia ou core. O importante é saber se as ações certas estão na carteira”.