A distribuição dos ativos financeiros das famílias portuguesas

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Créditos: Pineapple Supply Co. (Unsplash)

O Banco de Portugal divulgou esta semana o Inquérito à Situação Financeira das Familias de 2020, de onde se destaca uma evolução positiva em termos globais. Por um lado, ficou evidenciado um crescimento significativo da riqueza média e mediana líquidas de dívida. Por outro, que tanto os ativos reais como os ativos financeiros contribuíram para esta evolução.

Analisando agora o detalhe da distribuição dos ativos das famílias por percentil de riqueza líquida, vemos que, como seria de esperar, o património financeiro da classe de riqueza mais elevada é bastante mais diversificado do que o das restantes classes. O valor dos depósitos domina a composição do património financeiro em todas as classes de riqueza líquida de forma marcante, exceto no conjunto de famílias de riqueza mais elevada em que o peso é menor, embora não irrelevante, de 57,5%.

O Banco de Portugal destaca o peso que tem na classe de património mais elevado o valor e peso dos ativos transacionáveis, que incluem ações cotadas, obrigações e fundos de investimento. Contudo, em termos médios, esta categoria de ativos financeiros não ultrapassa os 12 mil euros, muito embora 30,4% das famílias de maior património afirmem deter algum instrumento desta tipologia. Por outro lado, os planos voluntários de pensões alcançam classes de riqueza inferiores, embora de forma pouco expressiva.

O Banco de Portugal alerta, no entanto, para o período de realização do inquérito, entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, em plena crise pandémica. Segundo o banco central, a pandemia "levou a alterações metodológicas que podem ter implicações nos resultados, os quais devem ser lidos com as devidas reservas".