Perante o recuo para os 0,5% de inflação em maio, Azad Zangana, da entidade, avisa que os mercados já estão à espera de sinais específicos do BCE.
Os números da inflação divulgados ontem, voltaram a colocar pressão sobre o Banco Central Europeu. A taxa de inflação homóloga na Zona Euro, segundo os cálculos do BCE, deverá situar-se nos 0,5% em maio, face aos 0,7% de abril.
Azad Zangana, Economista Europeu da Schroders, começa por explicar que “esta estimativa é mais baixa do que o consenso estimado, e sublinha o grau de pressão deflacionária na economia da Zona Euro”.
O especialista acrescenta que “os principais impulsionadores dos recentes baixos números foram a também baixa inflação nos preços da energia e da comida”. Prossegue indicando que as recentes estimativas mostram que a inflação nos preços da energia continua estável em comparação com o ano anterior, enquanto a inflação na comida, alimentação e tabaco subiu para os 0,1%. “Excluindo estas categorias, a inflação base está alta, nos 0,7%, mas ainda assim apresenta uma desaceleração relativamente a abril (1%)”.
Cortar na taxa de juro
Juntando a estes baixos valores de inflação, a fraca performance do PIB do velho continente no primeiro trimestre, o economista da gestora conclui que “agora o BCE está efectivamente sobre pressão para começar a dar sinais de uma política monetária mais flexível”.
Do lado das expetativas do mercado, Azad Zangana esclarece que é esperado pelo menos um corte na taxa de juro, acompanhada de um corte e nas taxas de depósitos”. Mas deixa uma questão, para já sem resposta: “Perante estes eventuais cortes existirá suporte suficiente aos empréstimos bancários e à procura na economia?”