Relativamente aos ETF, o discurso do presidente da ALFI, Jean-Marc Goy, centrou-se em dois desenvolvimentos regulamentares no Luxemburgo. O primeiro foi a reforma fiscal introduzida a 1 de janeiro de 2025, com medidas que a associação luxemburguesa há muito vem reclamando. Entre as mais relevantes para o setor da gestão de ativos, contam-se a isenção do imposto de subscrição dos ETF de gestão ativa - equiparando-os aos ETF passivos - e a facilitação da utilização da tecnologia de registo distribuído (DLT) para a emissão, detenção e transferência de ativos desmaterializados, incluindo participações em fundos (ou seja, tokenização).
A segunda, de dezembro 2024, foi a decisão da CSSF de permitir que os ETF de gestão ativa sejam isentos da publicação imediata das suas participações, com um máximo de um mês de decalagem.
A conversa em torno dos ETF não é nova no setor, mas há uma evolução nos pontos de discussão. O que parece estar a morrer é a noção tradicional de que os ETF equivalem a uma gestão passiva ou que estão em concorrência direta com os fundos, de acordo com um painel de especialistas, incluindo Marie-Sophie Pastant, head of ETF/Index portfolio management na BNP Paribas Asset Management Europe, Philippe Ringard, CEO da J.P. Morgan Asset Management na Europa, Michael Mohr, global head of Xtrackers Products na DWS, e Deborah Fuhr, managing partner da ETFGI.
Embora seja verdade que o grosso dos fluxos para os ETF continua a ir para os índices tradicionais plain vanilla, as gestoras centram-se sobretudo nos ETF de gestão ativa. “Para nós, um ETF é apenas um invólucro. Somos agnósticos em relação aos veículos”, diz Ringard.
Embora por mandato ainda existam clientes que não podem investir em ETF, Pastant destaca a porta que as plataformas digitais e os neobrokers abriram. “Há clientes que preferem planos de poupança compostos por veículos indexados”, conta. Em termos de tendências específicas dos ETF, Ringard vê uma procura forte e crescente de soluções de obrigações.
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