Apesar da ameaça de deflação o BCE decide esperar

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eugene_huh, Flickr, Creative Commons

Na sua primeira reunião do ano, o BCE anunciou que não vai mexer nas taxas de juro de referência (de 0,25%) e que não vai adoptar novas medidas durante este mês que combatam a eminente ameaça de deflação na Europa. A inflação interanual  caiu até 0,8% em dezembro, atingindo a sua taxa mensal mais baixa desde 2008.

Segundo as previsões do Banco Central Europeu, a inflação poderá cair até 0,6% em 2014, o que, em breve, obrigará Mario Draghi a tomar medidas mais drásticas se quer ganhar a “batalha” contra a deflação, e proteger a frágil recuperação económica na Europa. Mas com que armas pode contar o Presidente do Banco Central Europeu? No seu último Market Insights, a J.P. Morgan Asset Management apresenta algumas soluções.

Ação mais semelhante à da Fed e do BoE

Em primeiro lugar a  entidade acredita que “uma boa política de comunicação e de gestão de expectativas (Forward guidance), por parte do BCE poderia contribuir para melhorar a confiança”. No seu Market Insights, a entidade sugere mesmo que o Banco Central Europeu siga os passos da Fed e do Banco de Inglaterra (BoE), vinculando qualquer futura subida das taxas de juro a um indicador económico em específico. “Oferecer mais informação sobre qual o rumo seguido pela política monetária iria dar um sinal positivo ao mercado e poderia ser útil na luta contra a deflação”.

A segunda “dica” da J.P. Morgan, sugere que o BCE empurre pela primeira vez as taxas de juro para terreno negativo, de forma a que se “comece a cobrar aos bancos pelos depósitos no BCE, e para que se estimule o crédito e se gere inflação”.

Por último, a gestora acredita que colocar em marcha na Europa um programa semelhante ao Quantitative Easing da Fed ou do BoE, poderia ser interessante. “A compra de títulos em mercado aberto seria eficaz contra a deflação. A expansão quantitativa enfrentaria o retrocesso político de países como a Alemanha, onde existe a preocupação de que a ameaça possa sobrecarregar os contribuintes”.