China, a passo ligeiro

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epSos .de, Flickr, Creative Commons

“Atravessar o rio sentindo as pedras”, este foi o lema de Deng Xiaoping em 1978. A evolução da China desde finais da década de 1970 mostra que o caminho para a liberalização económica foi percorrido com grande cautela, tendo o sucesso chegado três décadas depois, esta é a conclusão de Torsten Harig, especialista em investimento nos mercados emergentes da Deutsche Asset & Wealth Manegement.

Os resultados económicos colocam a China em segundo lugar das economias, atrás dos EUA, mas é provável que dentro de alguns anos chegue ao topo. Além disso, a China é o principal exportador, à frente da Alemanha, e tem cerca de um terço das reservas mundiais no que diz respeito ás divisas. Estão são as realidades que refletem o vigoroso desenvolvimento chinês.

No entanto, a China não tem um elemento importante para se tornar economicamente mais potente: a sua moeda não é relevante internacionalmente. A China está a lutar ativamente, desde 2010, para tornar a sua moeda mais internacional. Uma das medidas foi promover as operações nos negócios através da sua moeda, abandonando o dólar. Atualmente, mais de 10% do comércio da China é realizado com os renmimbi, dez vezes mais do que em 2010. Também, desde 2010, Hong Kong lançou a primeira praça internacional para investimentos na moeda local, sendo que o produto mais representativo são as obrigações. Desde então, o volume de títulos em circulação também aumentou mais de dez vezes, desde 50 mil milhões de renmimbi (cerca de 8 mil milhões de dólares) para 500 mil milhões (cerca de 81 mil milhões de dólares). Este grande crescimento foi impulsionado pelos emissores chineses e também de outros países.

Assim, nos próximos anos, tanto o mercado de títulos como a moeda chinesa irá continuar a ganhar importância no mundo financeiro global.

Qual é a importância do mercado chinês para os investidores europeus?

Tendo em conta os rendimentos muito baixos oferecidos por obrigações denominadas em euros com os emissores de boa ou muito boa qualidade, vale a pena pensar sobre a Ásia. Atualmente, os títulos denominados em RMB têm rendimentos entre 1,5 e 2 pontos a mais do que os títulos de euros do mesmo emitente.

A Volkswagen é um bom exemplo. A empresa emitiu títulos em euros oferecendo um retorno de 1,15% , com vencimentos até meados de 2017, enquanto os correspondentes em RMB, oferecem rendimento de 3,15% , que é de mais dois pontos em cada ano. E , apesar desta diferença , o risco associado ao emissor é o mesma.

Segundo argumento importante : desde 2005, o renminbi tem-se valorizado com prudência e conseguiu um total de 35% em relação ao dólar. Essa evolução indica que a moeda chinesa está muito subestimada.

O Deutsche Bank prevê que até 2017 o RMB continuará a apreciar em torno de 2% ao ano (World Outlook, 06/ 2013) . Portanto, a moeda apresenta um perfil atraente risco-retorno.
Embora a política económica chinesa em muitos aspectos siga o lema de " atravessar o rio sentindo as pedras " de Deng Xiaoping , a evolução da moeda chinesa e os mercado de títulos em Hong Kong tem sido bastante rápida. Isto dá aos investidores uma alternativa fascinante para suas carteiras: os títulos apresentam retornos atrativos , juntamente com a oportunidade de beneficiar de novas subidas na moeda chinesa.